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Argumentos para uma dissociação da filosofia política de Thomas Hobbes da tradição realista

Arguments for a dissociation of Thomas Hobbes' political philosophy from the realist tradition

O propósito deste artigo é desconsagrar o caráter heróico que a obra de Hobbes assumiu para os estudantes de relações internacionais ao ter sido enquadrada - assim como as de Tucídides, Maquiavel, Rousseau, Hegel etc. - no épico realista. Veremos que a subsunção do filósofo à "tradição realista" é raramente questionada, mesmo pelos críticos das concepções veiculadas por essa tradição. Assim, o nome de Hobbes permanece, em grande medida, associado à analogia entre anarquia internacional e estado de natureza. Em primeiro lugar, o artigo resgata o caráter hipotético do modelo de estado de natureza, dando ênfase especial ao reconhecimento de Hobbes à limitação de seu reducionismo motivacional para a descrição da realidade. Em segundo, partindo do pressuposto de que a dicotomia interno-externo era inexistente na época de Hobbes, explora, a partir de sua obra, o argumento de que a paz internacional estaria diretamente relacionada à resolução do problema da ordem nas sociedades domésticas.

Anarquia Internacional; Estado de Guerra; Teoria de Relações Internacionais; Thomas Hobbes


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