Resumo
Este artigo examina um elemento essencial para a operacionalização das relações de poder que sustentam a política internacional, a saber, a colonialidade. Ele delineia a colonialidade da política internacional e elucida, por um lado, os aspectos fundamentais de sua operacionalização e, por outro lado, a sua cristalização no cenário internacional. O artigo está estruturado em três seções. Em primeiro lugar, ele explora o significado de colonialidade e esboça suas características fundamentais. Em seguida, ele delineia um elemento operativo crucial da colonialidade, a ideia de raça, e o duplo movimento através do qual a colonialidade se torna operacional – a colonização do tempo e do espaço. Finalmente, o artigo analisa duas problematizações estruturantes que foram fundamentais para a cristalização da colonialidade na política internacional - os pensamentos de Francisco de Vitoria e o Debate de Valladolid. O artigo argumenta que o próprio modo como estas problematizações enquadraram a relação entre o Eu Europeu e o Outro absoluto da modernidade ocidental – os povos indígenas das Américas – cristalizou a colonialidade na política internacional.
Palavras-chave
colonialidade; política internacional; matriz colonial de poder; Francisco de Vitoria; Debate de Valladolid