Resumo
O governo federal brasileiro definiu oficialmente a agricultura familiar (AF) como uma agenda de política pública em 1996; entretanto, desde então, a política externa brasileira no campo da agricultura tem dado prioridade ao papel do agronegócio na exportação de commodities e sua contribuição para o PIB e o comércio do país. Questionando a narrativa governamental enraizada em uma estrutura agrícola dual (onde a AF e agronegócio seriam ambos igualmente relevantes), este artigo também destaca os processos de internacionalização da AF através da análise de diferentes fóruns da política externa brasileira. Nosso objetivo é entender como cada um deles contribuiu para o reconhecimento internacional da AF como “melhor prática”, mas também analisar os pontos fortes e a sustentabilidade do que rotulamos como resiliência da internacionalização da AF, particularmente quando consideramos o grave refluxo das políticas de AF no Brasil desde 2016.
Palavras-chave
agricultura familiar; Política Externa Brasileira; internacionalização; estrutura agrícola dual; política pública