Resumo:
O programa anti-aging, assim como outros programas de prolongamento da vida, é a precipitação histórica de um longo processo de conquistas tecnológicas sobre a morte. Em seu horizonte de expectativas, prospecta-se não apenas o alargamento do tempo que decorre entre nascimento e morte, como também a eliminação da experiência de decaimento e da perda de vitalidade ao longo do curso da vida. Mas o anti-aging compreende também uma forma de relação com a morte: não enquanto evento final, mas como objeto da consciência, isto é, enquanto uma presença na vida. O anti-aging reconfigura a presença da morte na vida de duas formas: primeiro, desloca-a do campo do destino ao campo das deliberações humanas, e, segundo, identifica o corpo humano como barreira à realização plena da vida e como fonte última de risco.
Palavras-chave:
Anti-aging; Tecnologia; Morte; Existência