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A mortalidade materna devido a hipertensão arterial na cidade de São Paulo (1995-1999)

OBJETIVO: Descrever o perfil dos casos de morte materna decorrente de complicações da hipertensão arterial e propor medidas para sua redução. MÉTODOS: De 1995 a 1999 o Comitê de Mortalidade Materna da Cidade de São Paulo identificou 609 casos de morte materna obstétrica, com uma subnotificação de 52,2% e um CMM=56,7/100.000 Nascidos Vivos. A hipertensão arterial foi a principal causa de óbito materno, correspondendo a 142 (23,3%) casos. RESULTADOS: Ocorreram 95 (66,9%) de óbitos no puerpério e 34 (23,9%) durante a gestação. Em 13 (9,2%) casos não se teve referência ao momento do óbito. Houve relato de crises convulsivas em 41 casos com a utilização de sulfato de magnésio em quatro deles. As principais causas determinantes do óbito foram: o acidente vascular cerebral (44,4%), o edema agudo de pulmão (24,6%) e as coagulopatias (14,1%). A cesárea foi realizada em 85 (59,9%) casos e o parto vaginal em 15 (16,0%). Em 28 (19,7%) casos não foi realizada nenhuma conduta para interromper a gravidez e em 14 (9,8%) não se obteve relato do procedimento. CONCLUSÃO: As complicações da hipertensão arterial no ciclo gravídico-puerperal determinam altos índices de mortalidade materna na cidade de São Paulo. A realização de um pré-natal de qualidade e o atendimento apropriado da gestante hipertensa no parto e no pós-parto são medidas de fundamental importância para um melhor controle desse evento, sendo primordial para a redução dessas ocorrências.

Mortalidade materna; Hipertensão arterial; Gestação de risco; Hipertensão arterial crônica; Pré-eclâmpsia; Sulfato de magnésio


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