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Nossas virtudes: sobre o capítulo 7 de Para além de bem e mal* * Tradução de Wander Andrade de Paula. Revisão técnica de Rogério Lopes.

Resumo

Qual é a mensagem do sétimo capítulo de Para Além de Bem e Mal, intitulado 'Nossas Virtudes'? Inicialmente apresento uma análise da estrutura do capítulo (que parece ser o capítulo central da segunda metade do livro). Constata-se por meio desta análise que as seções 214 e 227 ocupam um lugar especial no capítulo. Uma análise detida destas duas seções sugere que neste capítulo o leitor é introduzido em uma condição tipicamente nietzschiana: o questionamento crítico da moralidade torna-se autorreferencial: aquele que questiona torna questionável o seu próprio questionamento. O mesmo procedimento adotado na seção 1 do primeiro capítulo em relação à filosofia e à vontade de verdade (tanto a vontade de verdade tradicional quanto a "nossa" própria) é adotado agora na segunda metade do livro em relação à "honestidade" ou "probidade" [Redlichkeit] e aplicado à moralidade (tanto a tradicional quanto a "nossa" virtude moral). O que no início parecia ser uma apresentação da virtude moral do espírito livre se revela agora como uma "autossupressão" da moralidade. Esta interpretação recebe uma elaboração e confirmação adicionais pela luz que ela permite lançar sobre as seções supostamente antifeministas que encerram o capítulo.

Palavras-chave
virtude; moralidade; honestidade; probidade

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