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Editorial

Os Cadernos Nietzsche chegam à sua trigésima quinta edição.

Scarlett Marton fundou em 1996 a revista. Com este empreendimento pioneiro, teve como objetivo sistematizar e fazer avançar a pesquisa Nietzsche no Brasil. Procurou assim dar ênfase à publicação de trabalhos de pesquisadores estrangeiros, que abordavam aspectos ou questões poucos trabalhados no Brasil, sem relegar a um segundo plano as pesquisas realizadas por pesquisadores brasileiros. Dada a seriedade do trabalho, muito rapidamente os Cadernos Nietzsche foram classificados com B1 no Qualis, da CAPES e passaram, a partir da trigésima primeira edição, a integrar a base SciELO. Do número 26 até esta edição, os Cadernos Nietzsche estiveram sob nossa responsabilidade. Procuramos enfatizar, na trilha da rubrica "Recepção" da Coleção Sendas & Veredas (coordenada por Scarlett Marton, na editora Loyola), o tema da recepção do pensamento nietzschiano no Brasil ou alhures. Deste trabalho, digamos de passagem, teve origem o CENBRA (Centro de Estudos Nietzsche no Brasil), voltado especificamente para a recepção brasileira de Nietzsche. Neste ínterim, a revista ganhou igualmente um endereço eletrônico independente da página do GEN: www.cadernos-nietzshe.unifesp.br.

Muitos foram os percalços nestes anos. Se a concepção da revista sempre trouxe uma grande satisfação, os problemas de ordem material sempre trouxeram um desgaste inenarrável. Por faltar uma visão ou uma política acadêmica de sustentação de periódicos, que contribuísse em termos acadêmicos e financeiros, a publicação de cada número sempre esteve à mercê das circunstâncias (é fato, no entanto, que esta situação começa lentamente a se alterar). Dada esta realidade, foi necessário não medir esforços (inclusive recursos financeiros) para garantir a periodicidade da revista, sagrada evidentemente, por se tratar de um periódico que, à diferença de muitos, sempre se colocou objetivos muitos rígidos na sua missão de contribuir para a pesquisa-Nietzsche no Brasil.

Muito também foi o trabalho - totalmente gracioso - para a manutenção da revista. Em parte, Scarlett Marton o relatou no editorial do número 25: do trabalho da concepção de cada número, à uniformização dos textos e à embalagem das revistas para serem distribuídas, da revisão dos textos, ao trato com a correspondência e à inserção de cada número na sua página da internet. Enfim, todos os anos, durante meses, horas hipotecadas na produção da revista.

Como forma de comemorar os trinta e cinco volumes da revista, este número dos Cadernos Nietzsche tem as suas especificidades. Nele consta um dossiê que visa a discutir questões metodológicas sobre como ler a obra de Nietzsche e um outro que trata da recepção do pensamento de Nietzsche, no Brasil e no Uruguai. Foi graças ao empenho dos membros do GEN-USP/UNIFESP, de Rudah Silva, Saulo Krieger, Eduardo Nasser, dentre eles, e em especial de Geraldo Dias, que transcreveu todos os textos do núcleo histórico do dossiê relativo à primeira recepção da filosofia nietzschiana, além de ter contribuído de forma decisiva na sua concepção, que este número pôde vir a público.

IVO DA SILVA JÚNIOR
Editor-reponsável

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2014
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