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Ascetismo e inocência: a questão da religião no Humano, demasiado humano de Nietzsche

Pretende-se analisar, neste artigo, a estratégia histórico-fisiopsicológica utilizada por Nietzsche em Humano, demasiado humano no que diz respeito à sua análise da metafísica religiosa e, mais precisamente, do ascetismo. Para isso, demonstraremos como a argumentação nietzschiana chega à tese da inocência do ser humano e à demonstração de que o ascetismo e a santidade não passariam de um exercício de poder do indivíduo sobre si mesmo, como uma "ânsia de domínio" que, pela ausência de "objetos" externos, acaba se voltando contra si mesmo, pela via da "tiranização de partes de seu próprio ser", resultando no desprezo e no escárnio do homem consigo mesmo, sentimento que redunda na moralidade da culpa. O procedimento de Nietzsche, ao aliviar o homem desse peso, restabeleceria a inocência e a irresponsabilidade pela via da afirmação da necessidade de todas as coisas e da crítica à ideia de livre-arbítrio.

religião; humano; inocência; ascetismo


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