RESUMO
Objetivo Analisar estratégias de enfrentamento na disfonia, desvantagem vocal e sintomas de ansiedade/depressão em pacientes submetidos à tireoidectomia.
Método Estudo retrospectivo com pacientes avaliados no pré-operatório, pós-recente e 3 meses pós-tireoidectomia. Analisou-se os protocolos Estratégia de Enfrentamento na Disfonia (PEED-27), Índice de Desvantagem Vocal (IDV) e Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Foram excluídos pacientes com alterações de linguagem, neurológicas, laríngeas, hormonais tireoidianas e refluxo.
Resultados Participaram 20 pacientes, média de idade de 54 anos (DP±16,9), prevalência de sexo feminino (n=17;85%), tireoidectomia parcial (n=14;70%). No PEED-27, houve redução dos escores entre o pré e o pós-recente e o pós 3 meses, com destaque no foco emocional, sem diferença nos momentos. No IDV, o domínio orgânico foi o mais pontuado, com desvantagem leve sem diferença nos momentos. No HADS, houve traços leves de ansiedade no pré-operatório, redução no pós-recente, aumento após três meses e traços normais para depressão. No pré-operatório, houve correlação positiva moderada entre depressão e domínios orgânico e total do IDV. No pós-recente, ansiedade apresentou correlação positiva fraca/moderada com PEED-27 e IDV. Após 3 meses, PEED-27 apresentou correlação positiva moderada com ansiedade e domínio total da HADS e correlação positiva fraca entre os domínios “funcional” e “orgânico” do IDV com depressão.
Conclusão Os pacientes utilizam estratégias de enfrentamento com foco na emoção, autorreferem desvantagem vocal leve e traços leves de ansiedade no pré-operatório, redução no pós-recente e aumento pós três meses. Houve correlação positiva entre enfrentamento e desvantagem vocal com ansiedade, principalmente no pós-recente, período com relações mais relevantes.
Descritores:
Ansiedade; Depressão; Disfonia; Tireoidectomia; Voz