RESUMO
Objetivo
Verificar a influência das variáveis demográficas e socioeconômicas no limiar de reconhecimento de fala no ruído (LRF) obtidos no teste de dígitos no ruído (TDR) no Português Brasileiro em normo-ouvintes.
Método
Estudo transversal e prospectivo. A amostra de conveniência foi composta por 151 sujeitos normo-ouvintes com idade entre 12 e 79 anos (média =34,66) que realizaram audiometria tonal liminar e teste de dígitos no ruído branco com sequência de trios numéricos em estímulo diótico (inphase) no mesmo dia. O TDR foi realizado com um smartphone Motorola Z3 play com acesso à internet com fones de ouvido intra-auriculares. Os limiares de reconhecimento dos dígitos no ruído (LRF) foram analisados em função do sexo, idade, escolaridade e nível socioeconômico. Foi utilizado para comparar as amostras independentes, o teste não-paramétrico Kruskal-Wallis e Mann-Whitney, adotando-se o nível de significância de 5%.
Resultados
A média do LRF foi de -8,47 dBNA (dp -3,89), com mediana de -9,6 dBNA. O LRF foi proporcionalmente inverso à escolaridade e nível socioeconômico e mais negativo (isto é, melhor) com menor faixa-etária. Não houve evidência de influência do sexo no LRF do TDR.
Conclusão
Idade, escolaridade e nível socioeconômico mostraram influenciar o limiar no TDR; essas variáveis devem ser consideradas na análise de desempenho do TDR no Português Brasileiro em sujeitos normo-ouvintes.
Descritores
Audição; Fala no Ruído; Dispositivos Móveis; Telessaúde; m-saúde; Adultos; Idoso; Escolaridade; Nível Socioeconômico