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Função fonatória após o uso prolongado da voz em mulheres brasileiras

OBJETIVO:

Avaliar o comportamento da função fonatória e a sensação de esforço de mulheres jovens, antes e após uma prova de uso prolongado da voz, pelo período de uma hora contínua.

MÉTODOS:

Participaram 20 mulheres jovens, sem alterações laríngeas, submetidas à analise acústica vocal (MDVP-Advanced, CSL- Kay Pentax(r)), avaliação perceptivo-auditiva da voz, realizada por cinco juízes, e mensuração do nível de esforço fonatório utilizando uma escala visual analógica, antes e após o uso prolongado da voz, a partir da leitura de um texto padronizado por uma hora, em intensidade e frequência vocal habitual, sem pausas para hidratação ou repouso vocal. Foram realizadas a descrição e comparação entre as variáveis e aplicado o tratamento estatístico apropriado.

RESULTADOS:

Os parâmetros acústicos de frequência fundamental (f0) e de frequência grave da emissão (Flo) aumentaram após uma hora de uso da voz, enquanto as medidas de intensidade do tremor (Atri), da variação da amplitude (vAm), a relação harmônico-ruído (NHR) e a taxa de fonação suave (SPI) diminuíram após a prova de uso prolongado de voz. Os juízes concordaram com a diminuição do grau geral da disfonia (kappa=0,66), da rugosidade (kappa=0,59) e soprosidade vocal (kappa=0,73); o aumento da estabilidade fonatória (kappa=0,64); a projeção vocal (kappa=0,48); o pitch (kappa=0,74) e o loudness (kappa=0,65). O esforço fonatório aumentou significativamente após a prova (p=0,003).

CONCLUSÃO:

Uma hora de uso prolongado da voz parece favorecer uma adaptação laríngea e aumento da atividade da musculatura adutora para manter a eficiência vocal. Entretanto, a auto percepção do esforço fonatório fica evidente e pode ser compreendido como sinal de fadiga da musculatura ocasionada pelo uso contínuo.

Voz; Fadiga; Mulheres; Disfonia; Esforço


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