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Desempenho de falantes do português brasileiro no “Test of Narrative Language (TNL)”

RESUMO

Objetivo

Investigar o desempenho de falantes do português brasileiro no Test of Narrative Language e correlacionar o desempenho nas tarefas de produção e compreensão da narrativa.

Método

Participaram 140 indivíduos, entre 5 e 11 anos e 11 meses de idade com desenvolvimento típico de linguagem, divididos de acordo com a faixa etária.

Resultados

Diferença significativa foi encontrada entre o grupo de 5 anos e todos os demais grupos etários, bem como para o grupo de 6 anos quando comparado ao grupo de 8, 9, 10 e 11 anos. O grupo de 7 anos não diferiu estatisticamente dos grupos de 6 e 8 anos. Metade do grupo de 7 anos cursava o primeiro ano e a outra metade, o segundo ano, o que pode ter contribuído para a não diferenciação do grupo com as faixas etárias fronteiriças. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre os grupos a partir dos 8 anos. Observou-se correlação positiva entre o desempenho de compreensão e produção nos grupos etários de 5, 6 e 7 anos, o que não ocorreu para os demais grupos.

Conclusão

O teste diferenciou as faixas etárias de 5, 6 e 7 anos, o que não ocorreu nas faixas etárias a partir dos 8 anos. Também, a partir dos 8 anos, não foi encontrada correlação entre a produção e a compreensão narrativa, sinalizando o domínio de ambas as habilidades a partir desta faixa etária.

Descritores
Narração; Linguagem Infantil; Avaliação; Desenvolvimento da Linguagem; Testes de Linguagem

ABSTRACT

Purpose

Investigate the performance of native speakers of Brazilian Portuguese in the Test of Narrative Language (TNL) and correlate their performance in its oral narration and narrative comprehension subtests.

Methods

Participants were 140 individuals with typical language development aged 5-0 to 11-11 (years-months) divided according to age group.

Results

Statistically significant difference was observed between the 5-year-old group and all the other age groups and between the 6-year-old group and the 8-, 9-, 10- and 11-year-old groups. The 7-year-old group did not differ from the 6- and 8-year-old groups. Half of the 7-year-old group was in 1st grade of Elementary School and the other half was in 2nd grade, which may have contributed to the non-differentiation between this group and its border-age groups. No statistically significant difference was found between groups as of the age of eight years. Positive correlation was observed between performance in the narrative comprehension and oral narration subtests of the TNL in the 5-, 6- and 7-year-old groups, which did not occur for the other age groups.

Conclusion

The Test of Narrative Language differentiated the 5-, 6- and 7-year-old groups, but did not differentiate groups as of the age of eight years. No correlation was found between performance in the oral narration and narrative comprehension subtests of the TNL as of the age of eight years, which suggests mastery of both skills from this age.

Keywords
Narration; Child Language; Evaluation; Language Development; Language Tests

INTRODUÇÃO

A narrativa oral de história é uma tarefa complexa de linguagem que requer conhecimentos linguísticos (sintáticos, semânticos e fonológicos), conhecimento de mundo (pragmáticos) e domínio de funções cognitivas, como a memória de trabalho, capacidade de monitoramento, organização e integração de informações e capacidade para fazer inferências(11 Brandão ACP, Spinillo AG. Produção e compreensão de textos em uma perspectiva de desenvolvimento. Estud Psicol. 2001;6(1):51-6. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2001000100006.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2001...
,22 Spinillo AG. O efeito da representação pictográfica na produção de narrativas. Psic. Teor e Pesq. 2012;7(3):311-26.) e, assim, uma tarefa importante para investigar trajetórias desenvolvimentais típicas e desviantes(33 Norbury CF, Gemmell T, Paul R. Pragmatics abilities in narrative production: a cross-disorder comparison. J Child Lang. 2014;41(3):485-510. http://dx.doi.org/10.1017/S030500091300007X. PMid:23632039.
http://dx.doi.org/10.1017/S0305000913000...
).

A habilidade para narrar inicia-se aos 3 anos e por volta dos 6 anos a criança frequentemente já será capaz de produzir histórias bem estruturadas e completas(11 Brandão ACP, Spinillo AG. Produção e compreensão de textos em uma perspectiva de desenvolvimento. Estud Psicol. 2001;6(1):51-6. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2001000100006.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2001...
). Aproximadamente aos 10 anos de idade, o desenvolvimento da habilidade narrativa atinge um pico de complexidade(44 Mckeough A. Building on the oral tradition: how story composition and comprehension develop. In: Astington J, editor. Minds in the making. Cambridge: Blackwell; 2000. p. 98-114.), sendo que, aos 12 anos, é esperado que a criança domine o esquema narrativo de história e que, conjuntamente com suas capacidades linguísticas e cognitivas, ela seja capaz de produzir histórias com múltiplos episódios, com estruturas gramaticais complexas interligadas por elementos coesivos e utilizar verbos para se referir ao estado mental dos personagens(55 Eisenberg SL, Ukrainetz TA, Hsu JR, Kaderavek JN, Justice LM, Gillam RB. Noun phrase elaboration in children’s spoken stories. Lang Speech Hear Serv Sch. 2008;39(2):145-57. http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2008/014). PMid:18420517.
http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2008...
).

Além da idade e da escolaridade, sabe-se que o contato da criança com o modelo de esquema narrativo de histórias no contexto familiar e escolar também são fatores considerados relevantes no desenvolvimento da habilidade narrativa(22 Spinillo AG. O efeito da representação pictográfica na produção de narrativas. Psic. Teor e Pesq. 2012;7(3):311-26.,66 Bento ACP, Befi-lopes DM. Organização e narração de histórias por escolares em desenvolvimento típico de linguagem. Pró-Fono Rev Atual Cient. 2010;22(4):503-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872010000400024.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872010...

7 Khan KS, Gugiu MR, Justice LM, Bowles RP, Skibbe LE, Piasta SB. Age-related progressions in story structure in young children’s narratives. J Speech Lang Hear Res. 2016;59(6):1395-408. http://dx.doi.org/10.1044/2016_JSLHR-L-15-0275. PMid:27930767.
http://dx.doi.org/10.1044/2016_JSLHR-L-1...
-88 Gillam SL, Gillam RB, Fargo JD, Olszewski A, Segura H. Monitoring indicators of scholarly language: a progress-monitoring instrument for measuring narrative discourse skills. Comm Disord Q. 2017;38(2):96-106. http://dx.doi.org/10.1177/1525740116651442.
http://dx.doi.org/10.1177/15257401166514...
).

Por ser uma tarefa que permite investigar a capacidade da criança para lidar com esquemas, organização, construções e convenções, mesmo de crianças que ainda não foram alfabetizadas(22 Spinillo AG. O efeito da representação pictográfica na produção de narrativas. Psic. Teor e Pesq. 2012;7(3):311-26.), e por ser o desempenho narrativo considerado preditor do desempenho acadêmico(99 Wellman RL, Lewis BA, Freebairn LA, Avrich AA, Hansen AJ, Stein CM. Narrative ability of children with speech sound disorders and the prediction of later literacy skills. Lang Speech Hear Serv Sch. 2011;42(4):561-79. http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2011/10-0038). PMid:21969531.
http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2011...
,1010 Botting N. Narrative as a tool for the assessment of linguistic and pragmatic impairments. Child Lang Teach Ther. 2002;18(1):1-21. http://dx.doi.org/10.1191/0265659002ct224oa.
http://dx.doi.org/10.1191/0265659002ct22...
), a narrativa oral de história têm sido amplamente utilizada em estudos com crianças em circunstâncias típicas e atípicas do desenvolvimento(33 Norbury CF, Gemmell T, Paul R. Pragmatics abilities in narrative production: a cross-disorder comparison. J Child Lang. 2014;41(3):485-510. http://dx.doi.org/10.1017/S030500091300007X. PMid:23632039.
http://dx.doi.org/10.1017/S0305000913000...
,1111 Colozzo P, Gillam RB, Wood M, Schnell RD, Johnston JR. Content and form in the narratives of children with specific language impairment. J Speech Lang Hear Res. 2011;54(6):1609-27. http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2011/10-0247). PMid:21930617.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2011...

12 Crosbie S, Holm A, Wandschneider S, Hemsley G. Narrative skills of children born preterm. Int J Lang Commun Disord. 2011;46(1):83-94. PMid:20380599.
-1313 Demir ÖE, Rowe ML, Heller G, Goldin-Meadow S, Levine SC. Vocabulary, syntax, and narrative development in typically developing children and children with early unilateral brain injury: early parental talk about the “there-and-then” matters. Dev Psychol. 2015;51(2):161-75. http://dx.doi.org/10.1037/a0038476. PMid:25621756.
http://dx.doi.org/10.1037/a0038476...
).

O desempenho narrativo tem sido investigado por meio de diferentes recortes e parâmetros de análise. A análise com base nos parâmetros macroestruturais considera a presença e a organização dos elementos da história, como: a manutenção do personagem e do tema; e a relação entre eventos, desfecho e coerência da narrativa(1414 Spinillo AG, Martins ERA. Uma análise da produção de histórias coerentes por crianças. Psicol Reflex Crit. 1997;10(2):219-48. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79721997000200004.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79721997...

15 Miles S, Chapman RS. Narrative content as described by individuals with Down syndrome and typically developing children. J Speech Lang Hear Res. 2002;45(1):175-89. http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2002/013). PMid:14748647.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2002...
-1616 Heilmann JJ, Miller JF, Nockerts A. Using language sample databases. Lang Speech Hear Serv Sch. 2010;41(1):84-95. http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2009/08-0075). PMid:20051580.
http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2009...
). Por sua vez, a análise dos aspectos microestruturais considera a sequencialidade e sentido da narrativa, além dos elementos de coesão que regem a sequência estrutural, com base nos princípios sintáticos e semânticos e medidas de vocabulário e complexidade sintática(1616 Heilmann JJ, Miller JF, Nockerts A. Using language sample databases. Lang Speech Hear Serv Sch. 2010;41(1):84-95. http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2009/08-0075). PMid:20051580.
http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2009...
,1717 Justice LM, Bowles RP, Kaderavek JN, Ukrainetz TA, Eisenberg SL, Gillam RB. The index of narrative microstructure: a clinical tool for analyzing school-age children’s narrative performances. Am J Speech Lang Pathol. 2006;15(2):177-91. http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360(2006/017). PMid:16782689.
http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360(2006...
).

Dentre os poucos instrumentos formais para investigar habilidades de compreensão e produção da narrativa oral e que abrange tanto aspectos macro quanto microestruturais da narrativa, o Test of Narrative Language (TNL)(1818 Gillam RB, Pearson NA. TNL: Test of Narrative Language. Austin: Pro-ed; 2004.) é um instrumento amplamente utilizado na literatura internacional para avaliar a habilidade de narrativa oral em crianças. Este instrumento tem sido utilizado em circunstâncias típicas e atípicas do desenvolvimento com o propósito de investigar a habilidade narrativa de crianças com déficit de atenção e hiperatividade(1919 Luo F, Timler GR. Narrative organization skills in children with attention deficit hyperactivity disorder and language impairment: Application of the causal network model. Clin Linguist Phon. 2008;22(1):25-46. http://dx.doi.org/10.1080/02699200701627430. PMid:18092218.
http://dx.doi.org/10.1080/02699200701627...
); investigar os efeitos do ruído sobre as habilidades narrativas em crianças típicas(2020 Anthony S, Kleinow J, Bobiak J. Narrative ability under noisy conditions in children with low-normal auditory processing skills. Contemp Issues Commun Sci Disord. 2009;36:5-13.); aprofundar o conhecimento sobre as dificuldades narrativas de crianças com transtorno de linguagem(1212 Crosbie S, Holm A, Wandschneider S, Hemsley G. Narrative skills of children born preterm. Int J Lang Commun Disord. 2011;46(1):83-94. PMid:20380599.,2121 Domsch C, Richels C, Saldana M, Coleman C, Wimberly C, Maxwell L. Narrative skill and syntactic complexity in school-age children with and without late language emergence. Int J Lang Commun Disord. 2012;47(2):197-207. http://dx.doi.org/10.1111/j.1460-6984.2011.00095.x. PMid:22369060.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1460-6984.20...
); correlacionar a influência de atualizar a memória de trabalho com o desempenho narrativo em circunstâncias típicas do desenvolvimento(2222 Whitely C, Colozzo P. Who’s who? Memory updating and character reference in children’s narratives. J Speech Lang Hear Res. 2013;56(5):1625-36. http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2013/12-0176). PMid:23785191.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2013...
), e investigar a habilidade narrativa de crianças bilíngues, com ou sem alteração de linguagem(2323 Gillam RB, Peña ED, Bedore LM, Bohman TM, Mendez-Perez A. Identification of specific language impairment in bilingual children: I. Assessment in English. J Speech Lang Hear Res. 2013;56(6):1813-23. http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2013/12-0056). PMid:23882008.
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2013...
,2424 Squires KE, Lugo-Neris MJ, Peña ED, Bedore MB, Bohman TM, Gillam RB. Story retelling by bilingual children with language impairments and typically-developing controls. Int J Lang Commun Disord. 2014;49(1):60-74. http://dx.doi.org/10.1111/1460-6984.12044. PMid:24372886.
http://dx.doi.org/10.1111/1460-6984.1204...
) e monitoramento da intervenção voltada às habilidades narrativas de crianças com alteração de linguagem(2525 Gillam SL, Gillam RB. Narrative discourse intervention for school-aged children with language impairment: supporting knowledge in language and literacy. Top Lang Disord. 2016;36(1):20-34. http://dx.doi.org/10.1097/TLD.0000000000000081.
http://dx.doi.org/10.1097/TLD.0000000000...
).

No Brasil, o TNL foi traduzido e adaptado por Rossi et al.(2626 Rossi NF, Lindau TDA, Gillam RB, Giacheti CM. Adaptação cultural do Test of Narrative Language (TNL) para o Português Brasileiro. CoDAS. 2016;28(5):507-16. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20162016018. PMid:27683830.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2016...
), não havendo, até o momento, estudo sobre o desempenho no TNL de crianças com desenvolvimento típico de linguagem e falantes do Português do Brasil. Diante disto, o presente estudo foi proposto partindo de duas hipóteses: (a) ao utilizar a versão adaptada para o Português do Brasil haverá diferença entre as faixas etárias com desempenho de compreensão e de produção superior para crianças nas faixas etárias maiores e (b) para as crianças menores, o desempenho de compreensão será melhor que o de produção e, com o aumento da idade, esse desempenho será semelhante.

O objetivo deste estudo foi investigar o desempenho de falantes do português brasileiro no Test of Narrative Language e correlacionar o desempenho nas tarefas de produção e compreensão da narrativa.

MÉTODO

Aspectos éticos

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (no. 1015/2014) e todas as crianças tiveram sua participação autorizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento, elaborados para fins específicos desta pesquisa, segundo resolução do Conselho Nacional de Saúde – CNS 466/12 sobre Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos.

Participantes

Inicialmente foram selecionados 146 indivíduos com idade entre 5 anos e 11 anos e 11 meses para triagem fonoaudiológica. As crianças que tiveram sua participação consentida pelos pais e/ou responsáveis e aceitaram participar da pesquisa foram selecionadas para realização da triagem fonoaudiológica para confirmar ausência de déficits na linguagem, antes de serem submetidas à aplicação do TNL. A triagem fonoaudiológica foi feita segundo o Roteiro Descritivo da Avaliação Fonoaudiológica da Criança(2727 Giacheti CM. Avaliação da fala e da linguagem: perspectivas interdisciplinares [Internet]. São Paulo: Cultura Acadêmica; 2016. p. 245-61 [citado em 2017 Abr 15]. Disponível em: www.marilia.unesp.br/#!/ebooks). Este roteiro está organizado em oito blocos, a saber(11 Brandão ACP, Spinillo AG. Produção e compreensão de textos em uma perspectiva de desenvolvimento. Estud Psicol. 2001;6(1):51-6. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2001000100006.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2001...
): Dados de identificação e informações sobre a criança(22 Spinillo AG. O efeito da representação pictográfica na produção de narrativas. Psic. Teor e Pesq. 2012;7(3):311-26.); Funções sensoriais/perceptuais(33 Norbury CF, Gemmell T, Paul R. Pragmatics abilities in narrative production: a cross-disorder comparison. J Child Lang. 2014;41(3):485-510. http://dx.doi.org/10.1017/S030500091300007X. PMid:23632039.
http://dx.doi.org/10.1017/S0305000913000...
); Funções cognitivas(44 Mckeough A. Building on the oral tradition: how story composition and comprehension develop. In: Astington J, editor. Minds in the making. Cambridge: Blackwell; 2000. p. 98-114.); Linguagem falada(55 Eisenberg SL, Ukrainetz TA, Hsu JR, Kaderavek JN, Justice LM, Gillam RB. Noun phrase elaboration in children’s spoken stories. Lang Speech Hear Serv Sch. 2008;39(2):145-57. http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2008/014). PMid:18420517.
http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2008...
); Dimensões relacionadas à linguagem falada (Voz, articulação, fluência e práxis oral e verbal)(66 Bento ACP, Befi-lopes DM. Organização e narração de histórias por escolares em desenvolvimento típico de linguagem. Pró-Fono Rev Atual Cient. 2010;22(4):503-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872010000400024.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872010...
); Funções relacionadas à ingestão, manipulação e deglutição de alimentos(77 Khan KS, Gugiu MR, Justice LM, Bowles RP, Skibbe LE, Piasta SB. Age-related progressions in story structure in young children’s narratives. J Speech Lang Hear Res. 2016;59(6):1395-408. http://dx.doi.org/10.1044/2016_JSLHR-L-15-0275. PMid:27930767.
http://dx.doi.org/10.1044/2016_JSLHR-L-1...
); Linguagem escrita; e(88 Gillam SL, Gillam RB, Fargo JD, Olszewski A, Segura H. Monitoring indicators of scholarly language: a progress-monitoring instrument for measuring narrative discourse skills. Comm Disord Q. 2017;38(2):96-106. http://dx.doi.org/10.1177/1525740116651442.
http://dx.doi.org/10.1177/15257401166514...
) Habilidades matemáticas(2727 Giacheti CM. Avaliação da fala e da linguagem: perspectivas interdisciplinares [Internet]. São Paulo: Cultura Acadêmica; 2016. p. 245-61 [citado em 2017 Abr 15]. Disponível em: www.marilia.unesp.br/#!/ebooks). Das 146 crianças, foram excluídas seis (uma menina e cinco meninos) que tiveram baixo desempenho nas habilidades de linguagem. Os critérios de inclusão das crianças para esta pesquisa foram: história negativa de alteração visual, auditiva, sensorial e/ou neuropsicomotora, e ausência de alterações de linguagem e/ou aprendizagem.

A casuística foi formada por 140 falantes do português brasileiro com desenvolvimento típico de linguagem, de ambos os gêneros, com idade cronológica entre 5 anos e 11 anos e 11 meses. Os participantes foram divididos em sete grupos etários, conforme dados normativos da versão original do TNL (Tabela 1).

Tabela 1
Distribuição dos participantes do grupo amostral por idade e gênero

A distribuição dos participantes por escolaridade, em função da faixa etária, está apresentada na Tabela 2.

Tabela 2
Distribuição dos participantes do grupo amostral por escolaridade

Procedimento

Para investigar o desempenho narrativo, foi utilizado o Test of Narrative Language (TNL)(1818 Gillam RB, Pearson NA. TNL: Test of Narrative Language. Austin: Pro-ed; 2004.), versão brasileira adaptada(2626 Rossi NF, Lindau TDA, Gillam RB, Giacheti CM. Adaptação cultural do Test of Narrative Language (TNL) para o Português Brasileiro. CoDAS. 2016;28(5):507-16. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20162016018. PMid:27683830.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2016...
). O teste é composto por seis tarefas organizadas em dois subtestes (compreensão narrativa e narração oral), a partir de três diferentes formatos: sem apoio de figura, com apoio de figuras em sequência e com apoio de figura única. As medidas fornecidas pelo TNL permitem estabelecer valores que representam, separadamente, o desempenho no subteste de compreensão narrativa e de narração oral. Essas medidas são representadas pelo escore bruto, idade equivalente, percentil e escore padrão. O teste também prevê uma medida global, representada pelo escore bruto total, Índice de Habilidade de Linguagem Narrativa (IHLN), classificação do percentil e a classificação descritiva do desempenho da criança (muito superior, superior, acima da média, média, abaixo da média, pobre e muito pobre)(2626 Rossi NF, Lindau TDA, Gillam RB, Giacheti CM. Adaptação cultural do Test of Narrative Language (TNL) para o Português Brasileiro. CoDAS. 2016;28(5):507-16. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20162016018. PMid:27683830.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2016...
).

As narrativas dos participantes foram gravadas e transcritas para análise segundo normas do manual original do instrumento. Para este estudo, dentre as medidas fornecidas pelo TNL, foram utilizadas: escore bruto de compreensão, escore bruto de produção e escore bruto total (soma dos escores de compreensão e produção). O escore bruto foi utilizado neste estudo por representar a soma de acertos de cada subteste.

Análise estatística

Foi usada a planilha eletrônica MS-Excel na versão do MS-Office 2013 para a organização dos dados, e o pacote estatístico IBM SPSS (Statistical Package for Social Sciences) na versão 23.0, para a obtenção dos resultados. Foram utilizados os seguintes testes estatísticos Teste de Jonckheere-Terpstra; Teste de Mann-Whitney, ajustado pela Correção de Bonferroni e o teste de Correlação de Spearman. O nível de significância adotado no estudo foi <0,05.

RESULTADOS

A estatística descritiva e comparativa do escore bruto de compreensão, de produção no TNL, bem como a soma dos escores (compreensão e produção), nos grupos etários, está apresentada na Tabela 3. Nota-se diferença estatisticamente significante entre os grupos quanto ao escore bruto nas três medidas analisadas.

Tabela 3
Desempenho e comparação entre os grupos etários quanto ao escore bruto de compreensão, escore bruto de produção e escore bruto total do TNL

Para investigar a existência de diferenças entre o escore bruto (compreensão, produção e total), levando em consideração cada um dos grupos etários, foi aplicado o Teste de Mann-Whitney, ajustado pela Correção de Bonferroni, para identificarmos quais grupos etários diferem dos demais, quando comparados par a par (Tabela 4).

Tabela 4
Comparação par a par entre os grupos etários quanto ao escore bruto de compreensão, de produção e escore bruto total do TNL

É possível observar na Tabela 4 que foi encontrada diferença estatisticamente significante na faixa etária de 5 anos em relação a todas as outras faixas etárias em todas as variáveis. A faixa etária de 6 anos não apresentou diferença estatisticamente significante da faixa etária de 7 anos para todas as variáveis analisadas, mas apresentou para as demais (8, 9, 10 e 11). A faixa etária de 7 anos não apresentou diferença estatisticamente significante da faixa etária de 8 anos, mas apresentou para as demais (9, 10 e 11). A partir de 8 anos, os grupos etários não apresentaram diferença estatisticamente significante entre si para todas as variáveis analisadas.

O teste de Correlação de Spearman foi utilizado para verificar o grau de correlação entre o escore total de produção e o escore total de compreensão em cada grupo etário (Tabela 5). Pode-se observar que existe correlação entre as variáveis (produção e compreensão) nas faixas etárias de 5, 6 e 7 anos. A partir da faixa etária de 8 anos, a correlação não foi encontrada.

Tabela 5
Correlação entre escore total de compreensão e escore total de produção do TNL nos grupos etários

DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi investigar o desempenho de falantes do português brasileiro no Test of Narrative Language e correlacionar o desempenho nas tarefas de produção e compreensão da narrativa.

O desempenho dos indivíduos no TNL, por meio do escore bruto das tarefas de compreensão, de produção e da soma total dos escores (compreensão e produção), foram apresentados na Tabela 3. Conforme apresentado na comparação entre os grupos etários, observaram-se diferenças estatisticamente significantes quanto às variáveis analisadas (escore bruto de produção, de compreensão e total). No entanto, na comparação par a par (Tabela 4), apenas o grupo etário de 5 anos apresentou diferença estatisticamente significante em relação a todos os demais grupos etários investigados.

Para o grupo de 6 anos, não foi observada diferença estatisticamente significante nas habilidades de compreensão e de produção oral de histórias quando comparado ao grupo de 7 anos. Para o grupo de 7 anos, não houve diferença nas habilidades de compreensão e de produção oral de histórias quando comparado ao grupo de 8 anos, em todas as variáveis (Tabela 4). Observou-se, então, que o grupo de 7 anos não diferiu das faixas etárias fronteiriças (6 e 8 anos) e isso pode se dar pelo fato de que, apesar de todas as crianças estarem dentro da faixa etária de 7 anos, o grupo era heterogêneo quanto à seriação: 50% do grupo cursava o primeiro ano e 50% do grupo, o segundo ano, quando o teste foi aplicado (Tabela 2).

Especula-se que tal resultado pode ser atribuído à escolaridade dos indivíduos, pois as crianças do grupo de 7 anos que cursavam o primeiro ano (50%) tinham o mesmo período de exposição escolar que as crianças do grupo de 6 anos. As crianças com mais tempo de exposição escolar poderiam ter desenvolvido habilidades necessárias para um bom desempenho em narrativa oral, como a alfabetização, que tem seu início no primeiro ano e vai se consolidando no ano seguinte. Alguns estudos destacaram a alfabetização como um fator determinante no desenvolvimento da narrativa oral, pois a escrita requer mais do que a simples aprendizagem de um código, mas o domínio de recursos como coesão, sequência lógica, construções e convenções linguísticas(22 Spinillo AG. O efeito da representação pictográfica na produção de narrativas. Psic. Teor e Pesq. 2012;7(3):311-26.,88 Gillam SL, Gillam RB, Fargo JD, Olszewski A, Segura H. Monitoring indicators of scholarly language: a progress-monitoring instrument for measuring narrative discourse skills. Comm Disord Q. 2017;38(2):96-106. http://dx.doi.org/10.1177/1525740116651442.
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,99 Wellman RL, Lewis BA, Freebairn LA, Avrich AA, Hansen AJ, Stein CM. Narrative ability of children with speech sound disorders and the prediction of later literacy skills. Lang Speech Hear Serv Sch. 2011;42(4):561-79. http://dx.doi.org/10.1044/0161-1461(2011/10-0038). PMid:21969531.
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). É importante mencionar que esta é uma explicação ainda especulativa, uma vez que, neste estudo, não foi realizada uma análise específica que permitisse discutir com propriedade a influência da alfabetização no desempenho da narrativa oral, e sugere-se que seja feita em estudos posteriores.

Em relação aos demais grupo, verificou-se que, entre os grupos de 8, 9, 10 e 11 anos, não houve diferença estatisticamente significante quando comparados par a par, em nenhuma das variáveis (Tabela 4). Esse último dado apontou que o desempenho na narrativa, medida pelo TNL, não discriminou os grupos de 8 a 11 anos.

Na versão original do TNL(1818 Gillam RB, Pearson NA. TNL: Test of Narrative Language. Austin: Pro-ed; 2004.), foi investigado o efeito da idade sobre o desempenho no teste, e foi encontrada correlação positiva entre a idade e os escores brutos de produção e compreensão, embora as médias dos escores brutos, principalmente de compreensão, também tenham sido próximas nas faixas etárias a partir dos 9 anos.

É válido mencionar que o TNL atualmente dispõe de uma nova versão(2828 Gillam RB, Pearson NA. TNL: Test of Narrative Language. 2nd ed. Austin: Pro-ed; 2017.) com dados de análise ampliados e a idade expandida para crianças de 4 a 15 anos e 11 meses, o que sugere a continuidade de estudos com o instrumento aqui no Brasil incluindo a nova versão. O aumento da casuística, incluindo amostra representativa do ensino particular e de outras regiões do país, deverá promover uma discussão mais robusta dos dados encontrados até o momento.

Também, o que poderia justificar os resultados encontrados mais especificamente para os grupos etários a partir de 9 anos é o fato de que, segundo alguns estudos, as mudanças mais representativas no desempenho narrativo ocorreriam até os 8 anos de idade, quando a maior parte do esquema narrativo é adquirida pela criança(2929 Melo LE. Produção de narrativa oral infantil e memória construtiva a partir da leitura de imagens. Calidoscopio. 2008;6(1):20-7.), embora a habilidade narrativa continue a se desenvolver após esta idade(11 Brandão ACP, Spinillo AG. Produção e compreensão de textos em uma perspectiva de desenvolvimento. Estud Psicol. 2001;6(1):51-6. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2001000100006.
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2 Spinillo AG. O efeito da representação pictográfica na produção de narrativas. Psic. Teor e Pesq. 2012;7(3):311-26.
-33 Norbury CF, Gemmell T, Paul R. Pragmatics abilities in narrative production: a cross-disorder comparison. J Child Lang. 2014;41(3):485-510. http://dx.doi.org/10.1017/S030500091300007X. PMid:23632039.
http://dx.doi.org/10.1017/S0305000913000...
,88 Gillam SL, Gillam RB, Fargo JD, Olszewski A, Segura H. Monitoring indicators of scholarly language: a progress-monitoring instrument for measuring narrative discourse skills. Comm Disord Q. 2017;38(2):96-106. http://dx.doi.org/10.1177/1525740116651442.
http://dx.doi.org/10.1177/15257401166514...
).

Quanto à correlação entre o desempenho nas tarefas de produção e compreensão da narrativa, pode-se observar que houve correlação positiva entre as variáveis (produção e compreensão) nas faixas etárias de 5, 6 e 7 anos, sinalizando que quanto maior o escore de produção, maior o de compreensão narrativa (Tabela 5). A ausência de correlação a partir da faixa etária de 8 anos poderia ser explicada pelo fato de que, a partir desta idade, não haveria diferenças significativas entre as habilidades de produção e compreensão narrativa.

Por fim, é importante considerar que os resultados encontrados não devem ser generalizados para todas as regiões do país, pois a coleta foi feita na região Sudeste, e sabe-se que o Brasil é um país com ampla diversidade cultural. Sugere-se a continuidade de estudos para que a amostra seja ampliada, incluindo zonas rurais e habitantes de diferentes regiões do país, bem como a ampliação da amostra para coleta em escolas particulares.

Diferenças no desempenho de linguagem e narrativa escrita de crianças inseridas no ensino público vs. ensino privado têm sido observadas(3030 Lins ME, Spinillo AG. Uma análise comparativa da escrita de histórias pelos alunos de escolas públicas e particulares. Rev Bras Estud Pedagogicos. 2007;79(193):5-16.) e devem ser exploradas também no contexto da narrativa oral.

CONCLUSÃO

Pode-se concluir que o teste diferenciou as faixas etárias de 5, 6 e 7 anos, sendo o desempenho entre as crianças dessas faixas etárias diferente estatisticamente, o que não ocorreu nas faixas etárias a partir dos 8 anos.

Foi possível correlacionar os desempenhos das crianças nas tarefas de produção e de compreensão da narrativa, e observou-se que os grupos etários de 5 a 7 anos apresentaram correlação positiva, ou seja, quanto maior o desempenho nas tarefas de compreensão, maior o desempenho nas tarefas de produção de narrativa oral, o que não ocorreu nas faixas etárias a partir dos 8 anos.

Conclui-se que, na análise do desempenho narrativo, deve-se levar em conta as habilidades tanto de compreensão quanto de produção. Estas habilidades podem se correlacionar no início do desenvolvimento da capacidade de narrar e só se tornarão independentes quando a criança adquirir grande repertório de habilidades narrativas.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo auxílio concedido para realização dessa pesquisa (processo número 2014/08040-4) e ao Ronald B. Gillam da Utah State University, Estados Unidos pelos esclarecimentos prestados ao longo do estudo.

  • Trabalho realizado no Laboratório de Estudos, Avaliação e Diagnóstico Fonoaudiológico – LEAD, Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP - Marília (SP), Brasil.
  • Fonte de financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, Processo no. 465686/2014-1) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP, Processo no. 2014/50909-8).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Jul 2018
  • Data do Fascículo
    2018

Histórico

  • Recebido
    21 Jul 2017
  • Aceito
    17 Dez 2017
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