RESUMO
Objetivo
Identificar os indicadores de fluência da fala que diferenciam os sujeitos com gagueira, com transtorno fonológico e com os dois distúrbios em comorbidade.
Método
Participaram deste estudo 30 sujeitos de 4 a 11 anos, separados em 3 grupos, cada um com 10 sujeitos: grupo com gagueira do desenvolvimento (GG), transtorno fonológico (GTF) e os dois diagnósticos em comorbidade (GGTF). Os procedimentos foram: avaliação da fluência da fala e da fonologia. Os dados foram submetidos à análise estatística.
Resultados
Os sujeitos do GG e GGTF apresentaram maior ocorrência das disfluências típicas da gagueira e do total das disfluências em relação aos do GTF. Em relação às outras disfluências, os três grupos foram semelhantes. O GTF manifestou menor quantidade de repetições de palavra monossilábica, de parte de palavra e prolongamentos em relação aos sujeitos dos GG e GGTF. Os bloqueios ocorreram mais frequentemente nos dois grupos com gagueira (GG e GGTF) em relação ao GTF. A interjeição ocorreu com maior frequência no GG quando comparado com o GTF.
Conclusão
Dos três grupos analisados, o GTF foi o que mais se diferenciou em termos quantitativo e qualitativo. As semelhanças e diferenças entre os grupos auxiliarão o diagnóstico diferencial e, consequentemente, possibilitarão melhor terapia. A presença de bloqueio representa um importante marcador para o diagnóstico de gagueira.
Descritores:
Gagueira; Transtorno da Fluência com Início na Infância; Transtorno Fonológico; Fala; Comorbidade