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O imperativo das imagens: construção de afinidades nas mídias digitais* * Este artigo apresenta parte das reflexões da pesquisa financiada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres/CNPq (2011/2014). Agradeço a discussão com o grupo de pesquisa liderado por Adriana Piscitelli e os preciosos comentários de Richard Miskolci.

A partir de etnografia realizada em sites de relacionamento e aplicativos direcionados à busca de parcerias amorosas/ afetivas/sexuais, neste artigo analiso como as mídias digitais são "incorporadas" no cotidiano de mulheres entre 35 e 48 anos, heterossexuais de "classe média", "independentes", residentes na cidade de São Paulo. Autonomia, liberdade, afinidade, termos recorrentes nas narrativas, levam a questões sobre o que rege a escolha de parcerias, cujas afinidades são definidas a partir similaridades de capital social e cultural. As afinidades, num primeiro momento, percebidas por meio da circulação de fotos, são lidas não só por meio da aparência física, mas também pelo seu entorno - paisagens, objetos -, que também criam imaginações sobre "estilos de vida". No jogo dessas novas dinâmicas, procuro entender como as diferenças (classe, geração, raça/cor, localização) operam na seleção, e escolha, dos parceiros.

Mídias Digitais; Autonomia; Diferenças; Corpo; Tecnologia


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