A partir de duas experiências etnográficas, uma no Brasil e outra na África do Sul, abordo neste artigo a relação imaginativa que as mulheres engendram com suas moradias, concebidas a partir de um ideário modernista de urbanismo. Com os investimentos teóricos e metodológicos dessas mulheres, o que era habitação se torna a casa, na medida em que elas mesmas engendram a habilidade de receber, de se tornarem anfitriãs. As cruciais lições aprendidas com essas mulheres, suas casas, seus métodos e teorias nos ajudam a desafiar cisões ainda perenes na antropologia como aquelas entre público e privado e entre sujeito e objeto.
Gênero; Política; Moradia; Brasil; África do Sul