A literatura obscena produzida no último quarto de século no país mobiliza um repertório de fantasias próprio da sensibilidade urbana do Brasil contemporâneo. Trata-se de um imaginário marcado pelo embate entre as formas elevadas e os registros baixos da cultura nacional, em forte sintonia com os dilemas mais candentes da época. Praticada quase que exclusivamente por homossexuais e mulheres, essa escrita sugere uma erótica do limite, como se o risco de vida tivesse se tornado condição primordial do desejo. Este texto explora as afinidades entre as particularidades temáticas e formais de tal repertório.
Erotismo; Literatura Brasileira; Erótica Literária; Imaginário Sexual; Obscenidade