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Sexualidade e feminilidade: o paradoxo do movimento estético-cultural Kawaii* * As opiniões expressas aqui são do autor. Nomes japoneses seguem a regra nipônica começando pelo nome de família seguido pelo prenome. Nomes que não são do leste-asiático seguem a regra ocidental do prenome primeiro seguido, depois, do nome de família.

Resumo

O kawaii, um adjetivo japonês que significa “fofo”, é também um movimento estético japonês que existe desde a Era Meiji. Nas décadas de 1970 e 1980, contudo, o kawaii surge com um direcionamento mais plural, quebrando barreiras de gênero, dentro de uma estrutura capitalista focado no consumismo e no incentivo a uma democratização de criações e mídias. Esse ambiente é preponderantemente feminino, já que mulheres são criadoras e consumidoras. Ademais, desse espaço advém um certo preconceito aos homens que aderem à cultura kawaii, denominados de otaku, que podem ser vistos como sem masculinidade. Daí decorre, ainda, visões diversas e controversas sobre sexualidade, relacionamentos e estética. Assim, o kawaii é incoerente. Apesar de incorporar elementos que podem ser interpretados como ofensivos às mulheres e até mesmo ilegais, ele possibilita uma expressão do comportamento e estilos mais femininos, lúdicos, individuais e infantis como um movimento oposto ao que preza por uma masculinidade, seriedade e comprometimento com regras e expectativas sociais.

Kawaii; Otaku; Cultura Pop; Sexualidade; Preconceito; Estética

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