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Apresentação

Apresentação

O tema deste número poderia ser o informante nativo: tanto o texto de Spivak quanto a carta de Margaret Mead tratam dele (ou dela?) – e eles (ou elas) continuam aparecendo nos textos de Adriana Piscitelli, de Heloisa Buarque de Almeida, de Vavy Pacheco Borges, ou de Susane Rodrigues de Oliveira. Mas aparecem, quase sempre, de um jeito enviesado, profanando de alguma maneira o contexto no qual se instalam, como o sujeito no feminismo, no texto de Claudia de Lima Costa. Assim como são profanas as imagens poéticas de Florbela Espanca, analisadas por Maria Lúcia Dal Farra, e como as mães desnaturadas de Naara Luna, ou as discussões sobre o aborto relatadas por Vera Kalsing. As resenhas parecem ter ouvido o chamado do profano e vão na mesma direção, todas elas oscilando entre angústias, ausências e diferenças.

Profanar, no nosso dicionário aureliano de todas as horas, quer dizer transgredir, violar, infringir – normas, regras, princípios. E etimologicamente significa fora do templo, ou fora do cânone (padrão, modelo, norma), ou fora-da-lei. Sentidos, todos, muito caros ao feminismo desde sempre, e, assim, uma boa evocação para fecharmos um ciclo e um bom augúrio para o início de outro, a partir do próximo número, que marcará também dez anos de existência desta revista.

Comitê Editorial

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Mar 2007
  • Data do Fascículo
    2002
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