Este artigo investiga a importância do vocabulário obsceno no interior da cultura pornográfica que se inaugura na Europa a partir do Renascimento, cuja pedra de toque é a nomeação explícita do sexo. Para tanto, interroga o estatuto da moderna ficção erótica enquanto gênero literário, atentando para a condição de fetiche da linguagem licenciosa. Representação privilegiada do erotismo, a palavra obscena subverte sua função abstrata de signo para ganhar um corpo próprio que, no limite, substitui a presença do corpo real.
Literatura Erótica; Pornografia; Obscenidade; Aretino; Sade; Henry Miller