Este artigo procura contribuir para a compreensão das diversas formas assumidas pelo ativismo político no Brasil contemporâneo, enfocando especificamente a intersecção entre política e estilo no feminismo das minas do rock. Para tanto, recupera material fruto de pesquisa etnográfica realizada entre 2004 e 2007 na cena paulistana do rock de mina. A análise propõe considerar o caráter espetacular do estilo como forma de "dar-se a ver" e comunicar-se, assim como tomar em conta as múltiplas relações de poder nas quais se inscreve o que é comunicado. Desse modo, sugere pensar os estilos como operadores de diferenças, levando em conta que não são produzidos por sujeitos pré-dados, que agem de forma inteiramente consciente em relação aos efeitos provocados por dada composição de aparência, atitude e música. Ao contrário, considera que os sujeitos se constituem no processo de citar e deslocar normas sociais e que isso pode se dar no processo de composição de um estilo.
Movimentos Sociais; Feminismo; Juventude; Estilos; Interseccionalidades; Agência Social