Resumo
Considerando a interconexão entre gênero e ciência no quadro mais geral de medicalização das sexualidades feminina e masculina, este artigo discute a promoção da ocitocina como novo artefato tecnológico, capaz de capitanear, ao mesmo tempo, as explicações acerca das supostas diferenças biológicas entre os sexos e as expectativas de aprimoramento individual. O foco de investigação é a divulgação de descobertas científicas em torno da ocitocina em diferentes veículos de comunicação no Brasil. Trata-se de apresentar de que maneira a celebrização da ocitocina como componente central de uma bioquímica do amor se inscreve dentro do processo mais amplo de fabricação de dois corpos hormonais distintos e complementares a serviço da reprodução.
Sexualidade; Gênero; Medicamentos; Ocitocina; Hormônios