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Circovírus suíno 2 e 3 em javalis no Sul do Brasil

RESUMO:

O circovírus suíno 2 (PCV2) tem causado impacto econômico na indústria suína em todo o mundo por mais de duas décadas. Em 2016, um novo circovírus foi descrito - circovírus suíno 3 (PCV3) - e desde então tem sido relatado em vários países associado a doenças ou mesmo suínos saudáveis. Diante da importância dos javalis como reservatórios de patógenos suínos, e da ampla distribuição desses animais no Rio Grande do Sul e em todo o território nacional, foi realizada pesquisa de PCV2 e PCV3 em vinte e seis javalis (10 fêmeas e 16 machos). Necropsia e exame histológico foram realizados. Utilizando PCR, foram analisadas 182 amostras de tecidos incluindo: coração, rins, fígado, pulmão, linfonodos, baço e tonsila. PCV2 e PCV3 foram detectados por PCR em 57,7% (15/26) e 15,4% (4/26) dos javalis, respectivamente. Um destes animais estava co-infectado por PCV2 e PCV3. O DNA do PCV2 ou PCV3 foi detectado em multiplos órgãos. No exame histológico foi observada nefrite intersticial linfoplasmocitária multifocal leve a moderada, distribuída aleatoriamente pelo córtex renal, aparentemente sem relação com a detecção de DNA viral. A população de javalis no Brasil é extensa, resultando em maior número de hospedeiros para patógenos de suínos. No presente estudo, mais da metade dos javalis capturados abrigavam PCV2 e, embora menos frequente, PCV3 também foi detectado. Os javalis de vida livre podem servir como reservatórios de circovírus suínos no sul do Brasil.

Palavras-chave:
circovírus; javalis; PCV3; reservatório de circovírus

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