Foram avaliados os efeitos da ciclosporina A a 2% sobre a córnea de cães submetidos à ceratoplastia lamelar experimental com implante de pericárdio de equino. Dez cães foram divididos em grupos para estudo aos três, sete, 15, 30 e 60 dias de pós-operatório, recebendo implantes bilaterais e em seguida aplicação da pomada com ciclosporina A a 2% no olho esquerdo (olho tratado)e somente a base da mesma pomada no olho direito (olho controle), duas vezes ao dia. À avaliação oftalmológica observou-se, bilateralmente, blefarospasmo, fotofobia e secreção mucosa evidentes até 7 dias de pós-operatório; início de vascularização a partir do limbo aos três dias, bilateralmente; opacidade e vascularização mais intensos em córnea esquerda aos 15 e 30 dias; vascularização ainda evidente, bilateralmente, com aspecto semelhante aos 60 dias. À avaliação histopatológica observou-se, bilateralmente, completa reepitelização e vascularização aos três dias de pós-operatório; vascularização intensa aos 15 e 30 dias, bilateralmente, porém acentuada na córnea esquerda; predomínio de polimorfonucleares até os 15 dias e mononucleares aos 30 dias, bilateralmente; epitélio e estroma íntegros com vasos ainda evidentes e implante incorporado ao estroma, bilateralmente, aos 60 dias. A utilização do implante de pericárdio de equino em ceratoplastias lamelares em cães constitui uma técnica eficaz, aplicável ao estudo da cinética inflamatória e fenômeno de vascularização. A ciclosporina A a 2% não inibiu ou diminuiu a formação vascular na córnea e também não interferiu no processo cicatricial neste estudo.
ciclosporina; córnea; pericárdio; vascularização; ceratoplastia; cães
