| Ambiente e desafios |
Acesso à saúde |
- Interesse político - Acesso ao sistema de saúde - Dificuldades de acesso aos serviços de saúde - Fila de espera - Crítica ao sistema de saúde |
A política partidária é extremamente negativa, porque tem aquela coisa do cabide de empregos (U1). Existem muitas trocas na gestão. Nesse nosso mandato aqui em São Lourenço, nós estamos com seis anos e meio de gestão e já estamos no sétimo secretário (G1). Porque daí caímos essencialmente no campo da política, as livres nomeações de gestores. Não vamos longe, São Lourenço ficou refém de pessoas com pouco conhecimento no assunto (G2). Há alguns anos você ia consultar e precisava de uma especialidade não tinha, agora você já consegue consultar através da saúde pública (U1). Não sei se é o salário [dos médicos] que talvez não é atrativo, mas alguns vem e ficam um período e mudam (U3). Hoje tem uma fila de 60 pessoas na espera (U2). |
| Governança |
Gestão pública |
- Burocracia - Critérios para selecionar gestores - Eficiência e efetividade dos serviços - Estrutura organizacional complexa - Monitoramento de resultados - Planejamento - Recursos Financeiros - Recursos humanos |
A enfermeira graduada perdeu muito o papel de proximidade com o doente e ficou muito vinculada à parte burocrática [de alimentar os sistemas] (G1). Faz uma coligação para ganhar a eleição. Você ganhou e depois tem que designar a Maria, Paula ou Pedro, mesmo sem experiência (U3). Os planos municipais de saúde e as políticas de saúde, tem muitos [atores] que fazem proforma. Eles não elencam metas (G2). No aspecto do planejamento do setor público, o horizonte é de curtíssimo prazo. São quatro anos, sendo que você planeja três [anos] no teu mandato (G2). Temos dificuldade de acompanhar a tecnologia com relação aos gastos (G1). O município está arcando com basicamente 60% de todos os custos da saúde, mesmo aqueles que são responsabilidade federal e estadual (U3). |
| Participação cidadã |
- Colaboração - Conselho - Frustração com a falta de participação - Participação dos usuários - Tomada de decisão - Transparência |
Uma vez que um assunto é aprovado e constado em ata, [o presidente do conselho] emite a resolução pública e passa a valer como uma decisão colegiada (G2). Quando a gente pensa nesses conselhos, e que esses conselhos são meio dedocráticos, porque acabam sendo essas escolhas dessa forma (U2) Tem as conferências municipais (...) e a gente às vezes não consegue entender que pode ser transformador esse espaço (U2). Os conselheiros estão atentos aos problemas do cotidiano. Eles vivem essa realidade e trazem para dentro [do conselho] assuntos de relevância (G2). toda a decisão que a gente toma dentro [do conselho] é feita muito fora da política partidária (U2). Na Audiência pública percebemos que se levantam várias ideias, mas é pouca coisa que se coloca em prática de fato. Então [a contribuição na tomada de decisão] seria meio figurativa (U1). Pelo site da prefeitura você consegue saber em que posição você está na fila isso, porque são dados abertos (G3). |
| Governança regional |
Governança regional |
- Atores - Barreiras geográficas - Diferença regional - Governança regional - Limitações de poder e autonomia - Territórios |
Santa Catarina enxerga os consórcios como prestador de serviços, enquanto o Paraná enxerga o consórcio com uma entidade de prestadora, mas que é composta dos municípios, e que o consórcio é um ente social também promotor de saúde. (G1) Santa Catarina tem um olhar mais Hospitalocêntrico ainda. Eles são mais de promover saúde por dentro dos hospitais e o Paraná não, [a promoção da saúde se dá] mais pelos municípios e pelas regionais de saúde (G1). Você sabe que uma vez [o atendimento] era só em Chapecó. [Com o atendimento em Pato Branco] a conta diminuiu, [o atendimento ficou] mais pertinho (U3). E note que num consórcio o voto do prefeito do município que tem 90 mil habitantes, tem o mesmo peso do prefeito do município que tem dois mil (G1). há uma divisa [de São Lourenço] com o Paraná aqui, onde o bairro [de Vitorino - PR] possui cerca de 5000 pessoas. A maioria deles [moradores do bairro de Vitorino - PR] são usuários daqui [da rede de saúde], de São Lourenço. (U3). |
| Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC |
Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC |
- Ferramentas de TIC - Gestão de dados - Política públicas baseada em evidência - Sistemas de saúde |
Nós temos vários sistemas, o principal é o IDS saúde. Ele é um sistema que a gente pode considerar quase um ERP (G3). O IDS exporta em Excel e o BI transforma em gráfico, sendo que o pessoal entende melhor, você enxergar um gráfico é muito melhor do que você comparar só números (G3). Os indicadores de identificação da doença, eles apontam para você que a tua população está adoecendo no teu território (G1). É como se cada pessoa da cidade passasse três vezes no ano, pois nós temos 30 mil habitantes [no cadastro da secretaria de saúde], [e tivemos] 90 mil atendimentos, [igual a] três vezes (G3). Temos os grupos de Whatsapp, que são formados com os secretários de saúde de todo o estado (G2). |
| Valor público |
Atenção em saúde |
- Atenção primária - Atendimento ao paciente - Complexidade da saúde -Infraestrutura de saúde -Qualidade e humanização do atendimento - Sistema único de saúde - Utilização de planos privados de saúde |
às vezes foge da nossa alçada enquanto gestão atenção primária. O modelo SUS, ele é muito claro: aos municípios competem atenção primária (G2). Para o cidadão, a porta de entrada é aquela que estiver aberta (U2). Segue um modelo já pré-estabelecido. Não é uma coisa que o município diz: nós vamos fazer assim ou assim. Ou seja, nós temos um ambiente complexo, mas que é rígido (U3). Eu acho que principalmente a humanização do atendimento. (...) A gente vê aqui algumas demandas dos pacientes, é bem revoltante às vezes (U2). Eu acho que a pandemia veio para mostrar quão ruim estava o SUS no nosso país (U1). Muitas pessoas que estão no conselho são pessoas que não são usuários da política pública. São pessoas que são [usuários] da Unimed. São pessoas que não ficam desde as 5:00 da manhã aguardando a fila lá do postinho para fazer a consulta (U2). |
| Questões sociais e qualidade de vida |
- Assistencialismo - Culpa compartilhada e má utilização do sistema - Desigualdade social - Desinformação - Direitos do paciente e justiça social - Inclusão de imigrantes - Planejamento familiar - Políticas públicas em saúde - Senso crítico |
O paciente não tem caixa d’água, paciente não tem água, paciente tem uma casa que chove dentro, então às vezes quando a gente chega nesse quesito de saúde, a gente precisa garantir um direito constitucional (U2). Se eu denunciar no Ministério Público, eles não me levam mais [no tratamento fora do domicílio]. Nós orientamos: não, isso é um direito. O fato de o usuário ter o medo de ter isso negado, é porque a ameaça existe de alguma forma, ela está ali em algum lugar (U2). Uma dificuldade bem grande, por exemplo, é a inclusão dessas pessoas que vêm de fora [imigrantes]. (...) Então a gente não sabe qual é o direito no SUS. Em que via atende esse paciente? Pode acessar? Como que acessa? O que que ele pode, o que que ele não pode? (U2). O planejamento familiar é um tema delicado. (...) Mas se a gente for para os bairrão, aí você vai encontrar muitas mãezinhas novas, é um choque de realidade. Se tiver oportunidade vai no dia do pré-natal, que você vai ver que existem muitas situações [de mães adolescentes] (G1). Falamos de juntar os profissionais e ir limpar a casa desse Fulano. Vai lá um dia limpa toda a casa, joga fora as coisas do Fulano. Mas a casa está suja no conceito de quem né? (U2). |
| Categoria teórica |
Categoria empírica |
Assuntos |
Exemplos de unidades de contexto |
| Governança |
Gestão pública |
- Burocracia - Critérios para selecionar gestores - Eficiência e efetividade dos serviços - Estrutura organizacional complexa - Monitoramento de resultados - Planejamento - Recursos Financeiros - Recursos humanos |
A enfermeira graduada perdeu muito o papel de proximidade com o doente e ficou muito vinculada à parte burocrática [de alimentar os sistemas] (G1). Faz uma coligação para ganhar a eleição. Você ganhou e depois tem que designar a Maria, Paula ou Pedro, mesmo sem experiência (U3). Os planos municipais de saúde e as políticas de saúde, tem muitos [atores] que fazem proforma. Eles não elencam metas (G2). No aspecto do planejamento do setor público, o horizonte é de curtíssimo prazo. São quatro anos, sendo que você planeja três [anos] no teu mandato (G2). Temos dificuldade de acompanhar a tecnologia com relação aos gastos (G1). O município está arcando com basicamente 60% de todos os custos da saúde, mesmo aqueles que são responsabilidade federal e estadual (U3). |
| Categoria teórica |
Categoria empírica |
Assuntos |
Exemplos de unidades de contexto |
| |
Participação cidadã |
- Colaboração - Conselho - Frustração com a falta de participação - Participação dos usuários - Tomada de decisão - Transparência |
Uma vez que um assunto é aprovado e constado em ata, [o presidente do conselho] emite a resolução pública e passa a valer como uma decisão colegiada (G2). Quando a gente pensa nesses conselhos, e que esses conselhos são meio dedocráticos, porque acabam sendo essas escolhas dessa forma (U2) Tem as conferências municipais (...) e a gente às vezes não consegue entender que pode ser transformador esse espaço (U2). Os conselheiros estão atentos aos problemas do cotidiano. Eles vivem essa realidade e trazem para dentro [do conselho] assuntos de relevância (G2). toda a decisão que a gente toma dentro [do conselho] é feita muito fora da política partidária (U2). Na Audiência pública percebemos que se levantam várias ideias, mas é pouca coisa que se coloca em prática de fato. Então [a contribuição na tomada de decisão] seria meio figurativa (U1). Pelo site da prefeitura você consegue saber em que posição você está na fila isso, porque são dados abertos (G3). |
| Categoria teórica |
Categoria empírica |
Assuntos |
Exemplos de unidades de contexto |
| Governança regional |
Governança regional |
- Atores - Barreiras geográficas - Diferença regional - Governança regional - Limitações de poder e autonomia - Territórios |
Santa Catarina enxerga os consórcios como prestador de serviços, enquanto o Paraná enxerga o consórcio com uma entidade de prestadora, mas que é composta dos municípios, e que o consórcio é um ente social também promotor de saúde. (G1) Santa Catarina tem um olhar mais Hospitalocêntrico ainda. Eles são mais de promover saúde por dentro dos hospitais e o Paraná não, [a promoção da saúde se dá] mais pelos municípios e pelas regionais de saúde (G1). Você sabe que uma vez [o atendimento] era só em Chapecó. [Com o atendimento em Pato Branco] a conta diminuiu, [o atendimento ficou] mais pertinho (U3). E note que num consórcio o voto do prefeito do município que tem 90 mil habitantes, tem o mesmo peso do prefeito do município que tem dois mil (G1). há uma divisa [de São Lourenço] com o Paraná aqui, onde o bairro [de Vitorino - PR] possui cerca de 5000 pessoas. A maioria deles [moradores do bairro de Vitorino - PR] são usuários daqui [da rede de saúde], de São Lourenço. (U3). |
| Categoria teórica |
Categoria empírica |
Assuntos |
Exemplos de unidades de contexto |
| Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC |
Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC |
- Ferramentas de TIC - Gestão de dados - Política públicas baseada em evidência - Sistemas de saúde |
Nós temos vários sistemas, o principal é o IDS saúde. Ele é um sistema que a gente pode considerar quase um ERP (G3). O IDS exporta em Excel e o BI transforma em gráfico, sendo que o pessoal entende melhor, você enxergar um gráfico é muito melhor do que você comparar só números (G3). Os indicadores de identificação da doença, eles apontam para você que a tua população está adoecendo no teu território (G1). É como se cada pessoa da cidade passasse três vezes no ano, pois nós temos 30 mil habitantes [no cadastro da secretaria de saúde], [e tivemos] 90 mil atendimentos, [igual a] três vezes (G3). Temos os grupos de Whatsapp, que são formados com os secretários de saúde de todo o estado (G2). |
| Categoria teórica |
Categoria empírica |
Assuntos |
Exemplos de unidades de contexto |
| Valor público |
Atenção em saúde |
- Atenção primária - Atendimento ao paciente - Complexidade da saúde -Infraestrutura de saúde -Qualidade e humanização do atendimento - Sistema único de saúde - Utilização de planos privados de saúde |
às vezes foge da nossa alçada enquanto gestão atenção primária. O modelo SUS, ele é muito claro: aos municípios competem atenção primária (G2). Para o cidadão, a porta de entrada é aquela que estiver aberta (U2). Segue um modelo já pré-estabelecido. Não é uma coisa que o município diz: nós vamos fazer assim ou assim. Ou seja, nós temos um ambiente complexo, mas que é rígido (U3). Eu acho que principalmente a humanização do atendimento. (...) A gente vê aqui algumas demandas dos pacientes, é bem revoltante às vezes (U2). Eu acho que a pandemia veio para mostrar quão ruim estava o SUS no nosso país (U1). Muitas pessoas que estão no conselho são pessoas que não são usuários da política pública. São pessoas que são [usuários] da Unimed. São pessoas que não ficam desde as 5:00 da manhã aguardando a fila lá do postinho para fazer a consulta (U2). |
| Categoria teórica |
Categoria empírica |
Assuntos |
Exemplos de unidades de contexto |
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Questões sociais e qualidade de vida |
- Assistencialismo - Culpa compartilhada e má utilização do sistema - Desigualdade social - Desinformação - Direitos do paciente e justiça social - Inclusão de imigrantes - Planejamento familiar - Políticas públicas em saúde - Senso crítico |
O paciente não tem caixa d’água, paciente não tem água, paciente tem uma casa que chove dentro, então às vezes quando a gente chega nesse quesito de saúde, a gente precisa garantir um direito constitucional (U2). Se eu denunciar no Ministério Público, eles não me levam mais [no tratamento fora do domicílio]. Nós orientamos: não, isso é um direito. O fato de o usuário ter o medo de ter isso negado, é porque a ameaça existe de alguma forma, ela está ali em algum lugar (U2). Uma dificuldade bem grande, por exemplo, é a inclusão dessas pessoas que vêm de fora [imigrantes]. (...) Então a gente não sabe qual é o direito no SUS. Em que via atende esse paciente? Pode acessar? Como que acessa? O que que ele pode, o que que ele não pode? (U2). O planejamento familiar é um tema delicado. (...) Mas se a gente for para os bairrão, aí você vai encontrar muitas mãezinhas novas, é um choque de realidade. Se tiver oportunidade vai no dia do pré-natal, que você vai ver que existem muitas situações [de mães adolescentes] (G1). Falamos de juntar os profissionais e ir limpar a casa desse Fulano. Vai lá um dia limpa toda a casa, joga fora as coisas do Fulano. Mas a casa está suja no conceito de quem né? (U2). |