As taxas de hospitalização por condições sensíveis à atenção primária são um indicador da efetividade do primeiro nível de atenção à saúde. Partindo de breve revisão crítica, este artigo discute princípios para a seleção de códigos de internação por essas causas e, com o exemplo do Programa Saúde da Família, propõe um modelo teórico para a seleção de variáveis para análise estatística. A comparabilidade inter-regional do indicador depende da seleção de códigos de doenças baseada em princípios de sensibilidade e especificidade, não na frequência da doença. As taxas de hospitalização serão distalmente determinadas pela situação socioeconômica e seu efeito sobre a estrutura social e demográfica; em nível intermediário, pela organização dos serviços de saúde, sua disponibilidade e barreiras de acesso, que por sua vez dependem dos conceitos de saúde e tecnologia relacionada adotados e de sua aproximação ao modelo biomédico ou aos princípios da atenção primária à saúde (APS); indicadores de desempenho do sistema de saúde serão os determinantes proximais. O indicador é potencialmente útil para a avaliação da atenção primária. A reconstrução histórica da APS contribui para a análise da variabilidade do indicador.
Atenção primária à saúde; Programa Saúde da Família; Avaliação de resultados (cuidados de saúde); Sistemas de informação hospitalar; Sistemas de saúde