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Redistribuição de salário ou reconhecimento profissional? A difícil construção de uma profissão, a enfermagem peruana

Resumo

O estudo apresenta o perfil atual da enfermagem peruana, sua construção profissional e seus dilemas, enfatizando suas características socioculturais. Para tanto, foi realizada extensa revisão de literatura, entrevistas com profissionais de enfermagem em posições-chave e análise de dados de fontes secundárias. O estudo distancia-se dos estudos das profissões da saúde como força de trabalho, a fim de analisar a baixa legitimidade social da profissão de enfermagem, apesar de ser a grande operadora de serviços no Peru. Isso produz uma sobrecarga psicológica, que se soma à sobrecarga de trabalho e se reflete em insatisfação no trabalho, estresse, burnout, desejo de mudar de carreira ou migrar. Diante disso, a enfermagem peruana optou por três saídas: a) resiliência, que representa adaptação; b) abandono, ou saída do país ou profissão; e c) a reação, que agrupa todas as manifestações contra o abandono à informalização e à mediocrização. Conclui-se que as profissões de baixo valor social têm como desafio central o reconhecimento profissional e não apenas a redistribuição salarial. Esse desafio central da enfermagem peruana não está centralmente ligado à sua profissionalização legal, mas ao seu profissionalismo, que trará maior legitimidade e autonomia.

Palavras-chave
Enfermagem; Administração de Serviços de Saúde; Ocupações em Saúde; Pesquisa em Enfermagem; Autonomia Profissional

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