GES |
(...) são duas miradas: uma mirada do ponto de vista do que é financiado e a outra mirada mais integral e social da enfermidade e da pessoa dentro de um contexto social. Então há atritos entre a visão do sistema e do GES (E6). |
Livre eleição
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Se é uma enfermidade que requer muitos custos, usam o sistema público. Pois pelo setor privado sai muito caro. Quando é um problema mais simples, uma dor de cabeça, por exemplo, preferem utilizar a livre eleição, pois caso contrário, têm que ir a um médico geral, fazer uma interconsulta no hospital, que pode demorar muito tempo... Na livre eleição, o pagamento da consulta é viável financeiramente. Mas a hospitalização o custo é muito alto (E1). |
(...) por diversas razões, algumas ideológicas: é melhor que não haja comunicação entre setor público e privado, o setor público se sinta ameaçado, poderia incentivar mais uso do privado e menos investimento no público... é um sistema complexo... Outra questão que muitas vezes, o médico da rede pública é o mesmo da rede privada. Então se puder oferecer todos medicamentos na rede privada, por que ficar na rede pública? Por esta razão, não se criam estes incentivos cruzados... (E1). |
Segue crescendo o setor privado, tanto ambulatorial quanto hospitalar. Muitas clínicas privadas vivem, vivem da livre eleição do Fonasa. Ou seja, é uma transferência de recursos de seguros públicos a clínica privadas. A isto soma-se que nos hospitais públicos quando não têm capacidade de leitos críticos, também se compram do privado. A própria característica do sistema chileno, um sistema misto, proporciona o incremento do sistema privado (E10). |
Proposta de reformas do sistema de saúde
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As Isapres se utilizam da seguridade pública, mas coloca condições, ou seja, seleciona clientela. Isto não mudou. No governo Bachelet (2014-2018) houve muito investimentos nos centros de saúde e também em hospitais. Uma reforma que bloqueia a saída de recursos públicos é fundamental. O país está num momento complicado para reformas (E10). |
Modelo de Atención Integral de Salud Familiar y Comunitário
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(...) um é o tema da família e o outro é o tema da comunidade. E desde 2005 em diante se formou no Ministério fortemente essa visão. Temos visto que esse modelo de saúde integral com ênfase familiar e comunitária com as redes se constituiu no modelo de atenção primária (E5).
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Definição do papel da APS
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(...) a atenção primária em nosso país está municipalizada, porém administrativamente depende do Ministério. Eles não aplicam qualquer coisa, não inventam qualquer norma. Eles aplicam as normas que são geradas pelo Ministério da Saúde (E2). |
Agentes Comunitários de Saúde voluntários
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(...) pagar por uma pessoa que faz este trabalho geraria problemas na relação com a própria comunidade. Somos reticentes nessa questão dos agentes (E10). |
Concorrência de modelos na APS
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O que passa é que o modelo de saúde familiar é contra cultural. Há uma concorrência de concepção. Apesar dos esforços, a população prefere um modelo que não é em rede, de acesso aos especialistas. Quando têm a oportunidade, compram um bônus de atenção na livre-eleição (E10). |
Existem muitas pessoas que chegam a morrer na atenção primária porque gastaram todo o dinheiro para pagar um câncer ou o que seja e chegam na atenção primária porque não tem mais possibilidade de gastar com sua enfermidade. O problema do Chile é esse que muitas pessoas não conhecem os benefícios da atenção primária (...) É o mesmo Fonasa que promove a segmentação (E16). |
Protagonismo dos hospitais nas RISS
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A rede é conformada ao redor dos hospitais, o próprio território não se estruturou com base em características dos centros de saúde, mas pela referência dos hospitais. Para conformar as redes estão os hospitais para os quais se deriva e não outras características do território. Isto também faz com que o modelo tenha uma perspectiva curativa. É uma reflexão feita pela equipe (E10) |
O hospital é encarregado de resolver todas as solicitações que chegam da APS. Alguns Servicios de Salud se preocupam que os hospitais trabalhem mais perto dos consultórios (centros de saúde), daí enviam especialistas, junto com os médicos para revisar os casos, mas são experiências pontuais (E1). |
Quando nós colocamos uma garantia GES ou uma garantia explícita em saúde no sistema estamos já transpassando a responsabilidade para o hospital (E11). |
Consejos de Integración de Redes Asistenciales - CIRA
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E aí tem que ter uma boa liderança, um bom gestor para ter a capacidade de poder fazer essas mudanças e que muitas vezes são anticulturais e que tem que romper com o que já estou acostumado a fazer (E6). |
O tema das listas de espera, da falta de especialistas não temos o poder para resolução, mas podemos dizer por que estes temas estão aparecendo. Como os Servicios, em alguns casos, se pode organizar melhor e definir estratégias por meio de um melhor diagnóstico. Por isto é importante incorporar a comunidade, na medida em que começa a se dar conta, que a falta de especialista não depende só da vontade, então aqueles que têm maior poder de vocalização, começam a pressionar pela garantia dos recursos (E9). |
Centralidade da APS nas redes
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Neste país há um sistema público e privado que é segmentado. Não se comunicam entre si, somente através do paciente. E no sistema de saúde a atenção primária segue sendo como o parente pobre. (...) O grande tema é quantos mais hospitais vamos construir no Chile. Quando já se sabe a nível mundial que não são mais hospitais o que necessitamos (E16). |
Ainda se entende o trabalho em saúde, em redes como uma coisa bastante vertical. O hospital está aqui a APS, lá. No discurso, o que se coloca é que a APS é a mais importante, mas o que se passa com a maioria dos recursos e dos temas é que estão no hospital. Isto inclui também a valorização social (E9). |
Protocolos de Atenção à Saúde
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Então, quando criaram esse programa fizeram um protocolo muito bem estabelecido e os pacientes que então tinham problemas crônicos que moram praticamente no hospital começaram a fazer sua reabilitação na atenção primária (E8). |
Então, o que a gente faz é protocolizar tudo. E revisar a lista de espera, definir as patologias que têm mais demandas que não são Auge, quem não têm protocolo e define o protocolo para cada patologia (E8). |
Compartilhamento de cuidados
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Eles não se conhecem. Quando vão do hospital à atenção primária conhecer a realidade deles e a atenção primária ao hospital, conhecer a realidade do hospital que eles estão pensando que o especialista, por exemplo, não quer ver os pacientes, reconhecem os problemas de cada nível. Então isso aí facilita muito o processo (E8). |
Liderança para metas de coordenação
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Um diretor de um serviço de saúde que diga ‘não tenho nada a ver com a APS’, hoje em dia não é aceitável. Há cinco anos se escutava, hoje em dia não é aceitável. E, portanto, toda a sua equipe. Essa é uma primeira linha de estratégia que é chave (E2). |
Referência e contrarreferência
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(...) o paciente, quando recebe alta hospitalar, a contrarreferencia não se faz, mesmo os fluxos estando protocolizados. O médico da atenção especializada não faz a contrarreferência. Temos menos de 30% dos pacientes com a contrarreferência. O sistema não apoia a contrarreferência. O seguimento do paciente hospitalizado é irregular (E10). |