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Discriminação racial prediz o aumento do peso corporal e do IMC em indivíduos pretos da coorte ELSA-Brasil

Resumo

Investigou-se se a discriminação racial acelera o ganho de peso corporal e o Índice de Massa Corporal (IMC) em pretos e pardos participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) em quatro anos de seguimento. Comparou-se o peso corporal e o IMC entre a 1ª (2008-2010) e a 2ª visita (2012-2014) de 5.983 participantes pretos e pardos. A exposição à discriminação racial e às covariáveis ​​(idade, sexo, escolaridade e centro de pesquisa) foram obtidas na 1ª visita. Foram utilizados modelos lineares de efeitos mistos estratificados por raça/cor da pele. O relato de discriminação racial foi mais frequente entre pretos (32,1%) do que em pardos (6,3%). Durante o período de acompanhamento, pretos e pardos ganharam uma média de 1,4kg e 1,2kg, respectivamente. Esse aumento foi maior entre os que relataram discriminação, quando comparados aos que não relataram, tanto em pretos (2,1 kg vs. 1,0 kg, p < 0,001) quanto em pardos (1,9kg vs. 1,1kg, p < 0,05). Após ajustes, os pretos, mas não os pardos, que relataram discriminação racial apresentaram maiores ganhos de peso e IMC entre as visitas. Nossos resultados sugerem que a redução da discriminação racial pode contribuir para prevenir e/ou controlar o aumento da obesidade no país.

Palavras-chave:
Discriminação racial; Racismo; Ganho de peso; Estudos de coorte

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