Este artigo apresenta a configuração da rede social das mulheres que vivem em situação de violência doméstica num município da região metropolitana de São Paulo. Foram realizadas entrevistas com nove mulheres e oito profissionais e observação em três serviços que compõem a rede de proteção à mulher. Para a análise utilizou-se os pressupostos teóricos de redes sociais. Verificou-se que a violência impingida às mulheres pelos seus parceiros impossibilita a manutenção dos vínculos sociais, colocando-as em situação de isolamento e fragilidade. As instituições e os profissionais podem exercer um papel fundamental para que as mulheres saiam do ciclo de violência, desde que a rede de atenção e os fluxos entre os serviços sejam organizados. O estudo das redes sociais com o enfoque nos vínculos e trocas entre os atores pode contribuir para ampliar o conhecimento sobre a dinâmica relacional na situação de violência.
Redes Sociais; Relações de Gênero; Violência contra a mulher; Estudos Qualitativos