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Trabalho e desgaste de migrantes no corte manual de cana de açúcar no Estado de São Paulo, Brasil

Descrever o trabalho de cortadores manuais de cana de açúcar avaliando o comportamento nutricional e a composição corporal do início ao final da safra. Estudo descritivo longitudinal de cortadores na região de Piracicaba, São Paulo, Brasil, por meio de um questionário sociodemográfico e antropométrico que permitiu medir Índice de Massa Corporal, Percentual de Gordura Corporal e Circunferência Muscular do Braço em três momentos. Ao final da safra foi dosada a Creatina Quinase na isoforma esquelética, proteína C reativa e ureia plasmática. Durante nove meses, 30 homens safristas migrantes nordestinos (Ceará), com idade de 18 a 44 anos foram estudados. Os trabalhadores tiveram perda significativa de gordura corporal e peso na primeira metade da safra. A maioria ganhou massa magra e os mais velhos na atividade ganharam menos. Dezoito trabalhadores apresentaram valores alterados de Creatina Quinase e quatro tiveram uréia alterada dentre os 24 que cederam sangue. O trabalho no corte de cana gera perda de peso e gordura corporal e aumento de massa magra que se desgasta com a história de trabalho em safras sucessivas. Pode ainda causar alteração de marcadores bioquímicos de inflamação crônica sistêmica. Novos estudos permitirão entender a relação esforço, desgaste, longevidade laboral e saúde no corte de cana.

Saúde do trabalhador; Estado nutricional; Antropometria; Condições de trabalho


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