Análise da percepção de médicos do Sistema Único de Saúde sobre o uso da teleinterconsulta em Campo Grande-MS, Brasil

Menezes, Leonardo Lima de; Souza, Maria Isabel de Castro de; Simas, Keith Bullia da Fonseca; Mueller, Vanessa; Guimarães, Emilene dos Santos; Berry, Maria Cardoso de Castro; Marques, David Tebaldi

doi:10.1590/1413-812320242911.03352024

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ARTIGO TEMÁTICO • Ciênc. saúde coletiva 29 (11) • Nov 2024 • https://doi.org/10.1590/1413-812320242911.03352024 linkcopiar

Análise da percepção de médicos do Sistema Único de Saúde sobre o uso da teleinterconsulta em Campo Grande-MS, Brasil

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo

O presente estudo visou analisar a percepção da utilização da teleinterconsulta por médicos do Sistema Único de Saúde em Campo Grande-MS, como ferramenta auxiliar para o atendimento de pacientes do SUS, abordando efetividade, satisfação e acesso a resultados, direcionados a médicos de diferentes especialidades. De uma população total de 127 profissionais, 100 participaram voluntariamente da pesquisa. Os resultados demonstraram que a teleinterconsulta foi percebida como vantajosa, destacando-se o intercâmbio de saberes (44,1%) e a redução do tempo de espera (42,5%). Desvantagens incluíram baixo investimento na estrutura operacional (25,2%) e dificuldades técnicas de comunicação (23,6%). A teleinterconsulta mostrou-se inovadora, proporcionando intensa troca de conhecimentos e redução do tempo de espera. Embora apresente desafios técnicos, a maioria dos médicos a percebeu como efetiva e segura.

Palavras-chave: Telemedicina; Consulta Remota; Tecnologia da Informação; Serviços de Saúde

Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)	Vantagens	Frequência (%)¹
Médico de família e comunidade	Intercâmbio de saberes entre profissionais	52 (42,3%)
	Melhor resolução para diagnóstico	38 (30,9%)
	Melhor resolução para tratamento	43 (35,0%)
	Redução do número de encaminhamentos para consultas presenciais	45 (36,6%)
	Redução do tempo de espera em filas de atendimento especializado	51 (41,5%)
	Redução no pedido de exames e medicamentos desnecessários	21 (17,1%)
	Maior eficiência na regulação e hierarquização dos casos eletivos	25 (20,3%)
	Nenhuma das opções acima	2 (1,6%)
	Outra	2 (1,6%)
² Médicos especialistas	Intercâmbio de saberes entre profissionais	4 (100,0%)
	Melhor resolução para diagnóstico	3 (75,0%)
	Melhor resolução para tratamento	4 (100,0%)
	Redução do número de encaminhamentos para consultas presenciais	3 (75,0%)
	Redução do tempo de espera em filas de atendimento especializado	3 (75,0%)
	Redução no pedido de exames e medicamentos desnecessários	1 (25,0%)
	Maior eficiência na regulação e hierarquização dos casos eletivos	3 (75,0%)
	Nenhuma das opções acima	0 (0,0%)
	Outra	0 (0,0%)
Total	Intercâmbio de saberes entre profissionais	56 (44,1%)
	Melhor resolução para diagnóstico	41 (32,3%)
	Melhor resolução para tratamento	47 (37,0%)
	Redução do número de encaminhamentos para consultas presenciais	48 (37,8%)
	Redução do tempo de espera em filas de atendimento especializado	54 (42,5%)
	Redução no pedido de exames e medicamentos desnecessários	22 (17,3%)
	Maior eficiência na regulação e hierarquização dos casos eletivos	28 (22,0%)
	Nenhuma das opções acima	2 (1,6%)
	Outra	2 (1,6%)

Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)	Desvantagens	Frequência (%)
Médico de família e comunidade	Impossibilidade de reunir presencialmente para avaliar o paciente	12 (36,4%)
	Dificuldades técnicas de comunicação	14 (42,4%)
	Resistência na utilização por outros profissionais	4 (12,1%)
	Baixo investimento na estrutura operacional	11 (33,3%)
	Nenhuma das opções acima	5 (15,2%)
	Outra	7 (21,2%)
Outros médicos especialistas	Impossibilidade de reunir presencialmente para avaliar o paciente	4 (44,4%)
	Dificuldades técnicas de comunicação	4 (44,4%)
	Resistência na utilização por outros profissionais	2 (22,2%)
	Baixo investimento na estrutura operacional	6 (66,7%)
	Nenhuma das opções acima	2 (22,2%)
	Outra	1 (11,1%)
Total	Impossibilidade de reunir presencialmente para avaliar o paciente	16 (38,4%)
	Dificuldades técnicas de comunicação	18 (42,9%)
	Resistência na utilização por outros profissionais	6 (14,3%)
	Baixo investimento na estrutura operacional	17 (40,5%)
	Nenhuma das opções acima	7 (16,7%)
	Outra	8 (19,0%)

Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)	Efetividade		Confiabilidade em termos de segurança		Confiabilidade em termos de estabilidade/conectividade
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)	Média (s)	Mediana (Vmin; Vmax)	Média (s)	Mediana (Vmin; Vmax)	Média (s)	Mediana (Vmin; Vmax)
Médico de família e comunidade	7,9 (1,2)	8,0 (6,0; 10,0)	8,1 (1,6)	8,0 (4,0; 10,0)	7,0 (1,3)	7,0 (4,0; 10,0)
Outros médicos especialistas	7,4 (1,9)	8,0 (3,0; 10,0)	7,6 (2,3)	8,0 (3,0; 10,0)	7,3 (2,2)	8,0 (3,0; 10,0)
Total	7,8 (1,4)	8,0 (3,0; 10,0)	8,0 (1,8)	8,0 (3,0; 10,0)	7,1 (1,5)	7,0 (3,0; 10,0)

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[TFN1] ¹Todas as porcentagens foram calculadas em relação ao tamanho da população de interesse em cada categoria (N=123 para Médico de Família e Comunidade, N=4 para Especialista e N=127 para o total). ²Cardiologia, Gastroenterologia, Nefrologia e Psiquiatria.

[TFN2] Fonte: Trabalho de campo a partir do questionário on-line aplicado aos médicos em Campo Grande-MS, em 2024.