Este ensaio tem como objetivo revisitar a produção intelectual de Ricardo Bruno Mendes-Gonçalves (1946-1996), professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e um dos teóricos que participou da construção do campo da Saúde Coletiva brasileira nos anos 1970-1990. Partindo de breves informações biográficas e bibliográficas, assim como de aspectos relevantes acerca do contexto histórico no qual se situa sua produção, examina-se os principais trabalhos do autor, seus desdobramentos nas linhas de investigação de seus alunos e seu legado de contribuições e desafios para a Saúde Coletiva. Destaca-se a gênese e o desenvolvimento de sua Teoria do Processo de Trabalho em Saúde e seus aportes para a compreensão e a investigação empírica das dimensões sócio-históricas das práticas de saúde e para a reconstrução de saberes e tecnologias no âmbito da Reforma Sanitária Brasileira. Ressalta-se, ainda, sua preocupação com a perspectiva ética da práxis acadêmica e, nesse sentido, com a esperança como valor humano historicamente objetivado e intersubjetivamente construído.
Saúde coletiva; Medicina social; Medicina/história; Ciências da saúde; Atenção à saúde