O uso de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides por crianças muitas vezes não tem aprovação das agências reguladoras, nem respaldo das evidências científicas. Prescrições pediátricas podem ser influenciadas por fatores que não favorecem o uso racional dos medicamentos desta classe. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides em crianças, considerando os setores público (SUS) e privado (N-SUS). A amostra foi composta por 150 prescrições (101 SUS e 49 N-SUS) seguidas de entrevista aos cuidadores, em dezoito locais (nove drogarias privadas e nove Unidades de Saúde do SUS). Os medicamentos foram prescritos de forma apropriada, segundo faixa etária, somente em 21,8% (SUS) e 29,6% (N-SUS) das prescrições. Mais de 95% das receitas, independente da origem, não atenderam aos critérios estabelecidos para avaliação do uso racional, com erros de dose, frequência e duração do tratamento. A análise das prescrições de analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides para crianças não apresentou diferenças significantes nos setores público e privado.
Analgésicos; Antipiréticos; Anti-inflamatórios não esteroides; Prescrições; Uso de medicamentos; Pediatria