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Realismo crítico e desigualdades sociais: considerações a partir de uma pesquisa avaliativa

Resumo

A partir de distintos referenciais teóricos (saúde coletiva, avaliação de programas e realismo crítico), o artigo analisa se a transferência de renda condicionada contribui para a redução da pobreza monetária e a melhoria do cuidado à saúde. Utiliza material de pesquisa avaliativa, constituída por um estudo de caso sobre as condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família (PBF) e sua implementação pela Estratégia de Saúde da Família, em uma Unidade Básica de Saúde, localizada em uma favela no Rio de Janeiro. Para compreender a dinâmica do programa, foram priorizadas experiências e percepções de gestores, profissionais de saúde e famílias beneficiárias. Como percepção predominante, destaca-se que o PBF: “beneficia quem precisa, mas também quem não precisa”. De um lado, os cuidados em saúde são reconhecidos como limitados, uma vez que as famílias são vulneráveis e apresentam problemas de saúde decorrentes desta condição e, por outro, ter acesso à Clínica é um recurso fundamental dado que benefício é visto como de pequeno valor o que reforça a ideia da “ajuda”. Conclui que os três domínios da realidade estratificada contribuem para compreender o alcance dos programas que lidam com a imbricação de aspectos biológicos e sociais em contextos locais marcados pela desigualdade e pobreza.

Palavras-chave
Desigualdades sociais; Pobreza; Avaliação; Realismo crítico; Saúde pública

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