Este artigo discute o uso de animais como recursos medicinais no Estado da Bahia, nordeste brasileiro. Os dados resultam de uma avaliação processual de desempenho acadêmico, uma vez que se tratou de um exercício requerido pelo professor da disciplina Etnobiologia (semestre 2007.2) aos estudantes do curso de Formação de Professores do Estado da Bahia da Universidade Estadual de Feira de Santana, quando lhes foi solicitado que fizessem um breve registro, em suas respectivas cidades, sobre o uso de animais medicinais. Participaram 41 estudantes, provenientes de 21 cidades do interior do estado. Foram registrados 95 animais (nomes comuns), dos quais dezessete são novos acréscimos à lista de animais medicinais anteriormente publicada. O registro da utilização medicinal de animais no Estado da Bahia fornece uma contribuição relevante ao fenômeno da zooterapia, abrindo espaço para debates sobre biologia da conservação, políticas de saúde pública, manejo sustentável dos recursos naturais, prospecção biológica e patente. Necessita-se desenvolver mais estudos etnozoológicos tanto para compreender a importância real da zooterapia para as comunidades tradicionais, quanto para desenvolver estratégias de manejo e uso sustentáveis das espécies animais, especialmente daquelas em risco de extinção.
Zooterapia; Etnozoologia; Medicina popular; Recurso natural; Sustentabilidade