Acessibilidade / Reportar erro

Avaliação de apoio social em estudos brasileiros: aspectos conceituais e instrumentos

Social support assessment in Brazilian studies: conceptual aspects and measures

Resumos

Este estudo investigou como o apoio social tem sido avaliado em estudos brasileiros. Foi realizado um levantamento das publicações científicas de 1987 a 2007, nos indexadores Indexpsi, Pepsic, SciELO e Lilacs, usando as palavras-chave apoio social, suporte social, rede social. Foram encontrados 59 estudos que contemplavam a avaliação de apoio social em amostras brasileiras. Os resultados apontaram um crescimento nos últimos anos no número de estudos brasileiros que incluem a avaliação do apoio social, com a predominância do uso de técnicas de entrevistas para investigar, em especial, o apoio recebido e o apoio percebido. Contudo, o construto foi utilizado, algumas vezes, sem uma fundamentação teórica sólida e associado a vários outros conceitos sem uma articulação clara. Fica também evidente a escassez de instrumentos fidedignos, válidos e padronizados para a realidade brasileira, apesar dos diversos instrumentos já utilizados e que são revisados no presente estudo.

Apoio social; Avaliação psicológica; Rede social


This study investigated the different ways of evaluating the social support in Brazilian studies. A surveying of scientific Brazilian publications from 1987 to 2007 was done in the Indexpsi, Pepsic, SciELO and Lilacs databases according to keywords social support and social network. Fifty-five studies included some type of assessing social support in Brazilian samples. The results indicated a rise in the number of studies about social support assessment in the last years using interviews to investigate received and perceived support, predominantly. However, the construction was applied without theoretical basis and was associated with many other concepts, sometimes without an appropriate articulation. Besides, there were evidences of lacking reliable, valid and standardized instruments to Brazilian population by considering the instruments currently used and revised by this study.

Social support; Psychological assessment; Social network


ARTIGO ARTICLE

Tonantzin Ribeiro Gonçalves; Josiane Pawlowski; Denise Ruschel Bandeira; Cesar Augusto Piccinini

Departamento de Psicologia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos 2600, Santana. 90035-003 Porto Alegre RS. tonanrib@yahoo.com.br

RESUMO

Este estudo investigou como o apoio social tem sido avaliado em estudos brasileiros. Foi realizado um levantamento das publicações científicas de 1987 a 2007, nos indexadores Indexpsi, Pepsic, SciELO e Lilacs, usando as palavras-chave apoio social, suporte social, rede social. Foram encontrados 59 estudos que contemplavam a avaliação de apoio social em amostras brasileiras. Os resultados apontaram um crescimento nos últimos anos no número de estudos brasileiros que incluem a avaliação do apoio social, com a predominância do uso de técnicas de entrevistas para investigar, em especial, o apoio recebido e o apoio percebido. Contudo, o construto foi utilizado, algumas vezes, sem uma fundamentação teórica sólida e associado a vários outros conceitos sem uma articulação clara. Fica também evidente a escassez de instrumentos fidedignos, válidos e padronizados para a realidade brasileira, apesar dos diversos instrumentos já utilizados e que são revisados no presente estudo.

Palavras-chave: Apoio social, Avaliação psicológica, Rede social

ABSTRACT

This study investigated the different ways of evaluating the social support in Brazilian studies. A surveying of scientific Brazilian publications from 1987 to 2007 was done in the Indexpsi, Pepsic, SciELO and Lilacs databases according to keywords social support and social network. Fifty-five studies included some type of assessing social support in Brazilian samples. The results indicated a rise in the number of studies about social support assessment in the last years using interviews to investigate received and perceived support, predominantly. However, the construction was applied without theoretical basis and was associated with many other concepts, sometimes without an appropriate articulation. Besides, there were evidences of lacking reliable, valid and standardized instruments to Brazilian population by considering the instruments currently used and revised by this study.

Key words: Social support, Psychological assessment, Social network

Introdução

O apoio social parece ter um amplo impacto em muitos aspectos da vida das pessoas. Em especial, a avaliação do indivíduo sobre o apoio recebido tem sido relacionada a diversos desfechos positivos na saúde física e mental, influenciando a maneira de perceber situações estressantes, o bem-estar emocional e psicológico e até a longevidade dos indivíduos1-4. O apoio social, juntamente com a autoestima, o senso de controle e o domínio sobre a própria vida, compõe os recursos sociais e individuais de enfrentamento nos quais as pessoas baseiam suas respostas a situações estressantes5. Assim, o apoio social se constitui em uma das dimensões cruciais na teoria do estresse em conjunto com as características dos estressores, as estratégias de enfrentamento e a avaliação subjetiva da situação6. No presente estudo, o termo apoio social será utilizado para representar genericamente diversos outros termos que aparecem nas publicações, tais como rede de apoio e suporte social, dentre outros. Desta maneira, será utilizada outra terminologia apenas quando os autores se referiram a termos específicos.

Existem diversas definições para o conceito de apoio social que enfatizam diferentes aspectos das relações interpessoais. De modo geral, ele é definido como envolvendo qualquer informação, falada ou não, e/ou assistência material e proteção oferecida por outras pessoas e/ou grupos com os quais se têm contatos sistemáticos e que resultam em efeitos emocionais e/ou comportamentos positivos7-9. Alguns autores também incluem nesta ideia o componente da reciprocidade na relação de apoio, ou seja, que este implica necessariamente uma troca na qual são beneficiados tanto aquele que recebe quanto o que oferece o apoio7,9. Embora os autores concordem que o conceito de apoio social é multifacetado, há falta de consenso quanto à sua definição conceitual e operacional1,5,7,10-12. Por exemplo, a avaliação do apoio social pode, por vezes, incluir pontos como a qualidade e a disponibilidade de apoio, a percepção subjetiva sobre o apoio, os tipos de apoio e a perspectiva de quem o recebe ou ainda, mais raramente, a perspectiva do próprio provedor. Assim, a falta de especificidade na definição conceitual e nas técnicas de avaliação tem implicações importantes, já que as distintas dimensões do construto enfatizadas pelos autores parecem influenciar de modo diferente o enfrentamento de situações de estresse10.

De modo geral, podem-se perceber três tendências principais na definição de apoio social. A primeira perspectiva defende que o apoio estaria inserido em uma "hierarquia conceitual" na qual o conceito principal seria de "relações sociais", embora efetivamente a nomenclatura mais utilizada seja "apoio" e "rede social"1,11. Para Due et al.11, o apoio social seria uma faceta funcional das relações interpessoais, juntamente com o senso de integração e as tensões sociais ou relações conflitantes. Desta perspectiva, evidencia-se um ponto de vista sistêmico do apoio social, que utiliza a concepção de sistemas sociais, considerando de forma ampla os tipos de contexto, os atores envolvidos nas interações de apoio e as funções que assumem para os indivíduos. Portanto, nessa visão, o apoio social diz respeito a aspectos mais qualitativos das relações sociais.

Essas relações também são constituídas por elementos estruturais como o número e o tipo dos relacionamentos, sua duração, frequência, diversidade, densidade e reciprocidade. Assim, esses elementos constituem os aspectos quantitativos e/ou estruturais das relações sociais, em que o termo "redes sociais" encontra maior correspondência. Conforme Due et al.11, a confusão reside no fato de que o apoio social e a rede social são, muitas vezes, considerados conceitos gerais e não facetas relativas às características funcionais e estruturais, respectivamente, das relações. Mesmo assim, ainda parece ser difícil uma clara delimitação entre esses conceitos, existindo uma grande variedade de termos para referi-los.

Na segunda e na terceira abordagens, é utilizada uma hierarquia conceitual similar à de Due et al.11, colocando, contudo, o apoio social ou as redes sociais como conceitos principais. Para os autores que entendem o apoio social como um conceito central, este seria veiculado ou antecedido por aspectos estruturais como as redes e relações sociais, a integração e o clima social8,13. Com base em revisões teóricas e de termos, alguns pesquisadores8,13 destacam as principais dimensões do apoio social, que envolveria apoio emocional, instrumental, informacional e cognitivo. O apoio emocional relaciona-se à percepção de ser cuidado, apoiado e valorizado por alguém afetivamente disponível. O apoio instrumental ou material refere-se à assistência prática e direta na realização de atividades concretas ou resolução de problemas. O apoio informacional relaciona-se com a obtenção de informações e conselhos úteis para lidar com situações ou resolver problemas. Por fim, o apoio cognitivo auxilia na autoafirmação e refere-se a uma postura ativa de incentivo, escuta e reforço positivo dado por alguém.

Além disso, é importante destacar a percepção do indivíduo sobre o apoio que objetivamente recebe7. O apoio percebido seria influenciado pelo significado que o apoio assume para a pessoa em uma dada situação, pela satisfação ou não com esse auxílio e pelo tipo e qualidade do relacionamento que a pessoa mantém com o provedor. Dessa forma, o apoio percebido relaciona-se com as características de personalidade e modos de enfrentamento da pessoa, bem como com eventos de vida que podem afetar a habilidade de requerer e aceitar o apoio e, potencialmente, de que este apoio seja efetivo.

Em relação à avaliação subjetiva do apoio, destaca-se a emergência das concepções "sociocognitiva" e de "estresse e coping" a respeito do apoio social e de como este atua sobre a saúde das pessoas3. A visão sociocognitiva entende que a avaliação subjetiva do apoio interfere de modo decisivo no impacto que o apoio recebido pode ter, e tem reunido sólidas evidências empíricas da primazia da percepção do apoio. Já a abordagem de estresse e coping, ao contrário, sugere que a relação entre apoio recebido e percebido deve ser alta, em particular quando as necessidades de apoio correspondem ao tipo de suporte provido, sendo bastante relacionado à qualidade dessa provisão. No entanto, poucos estudos atestaram que a alteração nos níveis de apoio modifica a percepção do apoio3.

Para Hupcey7, o apoio social é um meta-constructo que une três conceitos: redes de apoio, comportamentos de apoio e avaliação subjetiva do apoio. Conforme o autor, na maior parte das pesquisas, o conceito operacional de apoio social é limitado às percepções de quem recebe o apoio, sem serem incluídos outros aspectos, tais como satisfação com o apoio, reciprocidade e interações da rede de apoio, necessidade real de apoio da pessoa, interações negativas, além de características e percepções dos provedores do auxílio. Nessa visão, o apoio social seria um fenômeno interpessoal e, portanto, deveria ser avaliado a partir de diferentes modelos, incluindo a perspectiva tanto de provedores quanto de recebedores. Ainda é indicada a análise longitudinal do apoio, o que ajudaria a entender melhor o processo e a dinâmica do apoio social, além do modo como ele atua sobre a saúde dos indivíduos5,7,13.

Por fim, há a concepção que enfatiza o conceito de redes sociais e coloca o apoio social como um aspecto funcional das relações, de modo semelhante ao descrito na primeira posição. O conceito de "redes sociais", mais comumente utilizado nas ciências sociais e na antropologia, refere-se à noção de que a sociedade é constituída por redes de relações interpessoais ou intergrupais que podem ser mapeadas e classificadas no seu número, intensidade, qualidade e efeitos14. Segundo estes autores, a ideia de redes sociais permite entender a sociedade como constituída por redes de relações interdependentes que exercem uma influência na saúde das pessoas. Já Sluzki15 destaca que as redes sociais possuem características que podem ser explicadas em termos de estrutura, funcionalidade ou pelos atributos das relações mais íntimas até as ampliadas.

Seguindo a tendência de multiplicidade de posições conceituais sobre apoio social, existem diversas técnicas de mensuração descritas na literatura internacional. As escalas, os inventários e mapas de apoio social contemplam diferentes elementos das relações sociais e refletem distintas abordagens teóricas. De acordo com Barrera10, o conceito e a avaliação do apoio social podem ser divididos em três categorias: (1) o modelo que enfoca a rede social, a integração do indivíduo a um grupo e as inter-relações entre eles; (2) o modelo do apoio recebido que avalia o que a pessoa atualmente recebe e relata ter recebido; e (3) o modelo do apoio percebido que avalia o apoio que a pessoa acredita estar disponível se precisar. Rees et al.16, por sua vez, ainda recomendam que a avaliação de apoio social deva ser adaptada ao contexto situacional em que se aplica, ou seja, deve conter itens e formatos que contemplem aspectos específicos da população-alvo.

No Brasil existem poucos instrumentos de avaliação de apoio social, sejam os adaptados para o país, sejam os criados especificamente para nossa realidade. Os instrumentos existentes nem sempre atendem aos parâmetros psicométricos reconhecidos. Isso indica a importância de se fazer uma avaliação sistemática sobre como o apoio social tem sido mensurado pelos pesquisadores brasileiros. Considerando isso, o presente estudo buscou investigar como o apoio social tem sido avaliado em estudos brasileiros indexados em meio eletrônico. Em particular, buscou-se: (1) caracterizar os instrumentos de avaliação de apoio social, mencionados nas principais bases de dados; e (2) classificar as diferentes técnicas de avaliação conforme as abordagens teóricas explicitadas.

Método

Utilizando a ferramenta de busca da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) (www.bvspsi.org.br), foi realizado um levantamento de todas as publicações científicas brasileiras nos últimos vinte anos (01 de janeiro de 1987 a 17 de dezembro de 2007) que continham as seguintes palavras-chave: "apoio social", "suporte social", "rede social". Outros termos como "rede de apoio" e "rede de suporte" ainda foram testados na busca; no entanto, não foram recuperados registros. As bases de dados revisadas foram Indexpsi, Pepsic, SciELO e Lilacs, todas integrantes da BVS. A partir deste levantamento, foram selecionados todos os resumos que envolviam especificamente "avaliação de apoio social" e que haviam sido realizados com amostras brasileiras, sendo excluídas aquelas referências repetidas entre as bases de dados. Num segundo momento, foram buscados todos os estudos na íntegra.

A Tabela 1 apresenta a frequência de publicações recuperadas através da busca que incluiu artigos, dissertações e teses. Entre os 460 estudos localizados, 230 (50%) compreendiam amostras brasileiras, sendo que os demais envolviam amostras de outros países, especialmente latino-americanos. Do total de publicações brasileiras, foram excluídos 86 estudos que não abordavam a avaliação do apoio social, investigando o assunto e/ou temas relacionados através de revisões, ensaios teóricos e relatos sobre intervenções e programas de reabilitação. Além disso, não foram computadas 43 referências a publicações que não possuíam resumo e 42 que se repetiam entre as bases de dados. Assim, para fins do presente estudo, foram considerados apenas os 59 estudos brasileiros que contemplavam a avaliação de apoio social. As referências completas de todos os estudos revisados encontram-se destacadas com asterisco (*) na lista de referências. Os textos completos de 55 destes estudos foram lidos e examinados integralmente para a presente análise. Os quatro estudos17-20 cujo texto completo não foi possível acessar foram analisados de acordo com as informações do resumo.

Dentre os 59 estudos, a maioria das publicações envolvendo avaliação de apoio social ocorreu nos últimos anos, com destaque para o ano de 2002 (N=6) e para os anos de 2005 (N=10) e 2006 (N=13). O tipo de população desses estudos em sua maioria consistiu de adultos homens e mulheres (47%) e idosos (18%). Incluídos na amostra de homens e mulheres e referentes ao total da população, 20% dos participantes eram portadores de alguma patologia crônica, sendo que quase a metade dessa amostra era composta exclusivamente por mulheres. Em relação aos demais tipos de população dos estudos, vários envolviam gestantes ou mães (13%), família e paciente (8%), adolescentes (7%), comunidade (3%) e usuários de centros de atenção psicossocial (3%).

Análise de conteúdo21 foi utilizada para análise do material disponível, visando caracterizar as técnicas e os instrumentos utilizados, bem como as perspectivas teóricas explicitadas pelos autores. A análise se fundamentou em alguns marcadores conceituais definidos na literatura, com destaque para a classificação de Barrera10 sobre as dimensões do apoio social e para as definições conceituais de relações sociais, rede social e apoio social.

Resultados e discussão

A análise de conteúdo realizada permitiu examinar os diferentes termos e as formas de avaliação do apoio social utilizados nos estudos brasileiros analisados. A partir disso, foram descritas as diferentes dimensões investigadas e as definições conceituais que embasaram tais técnicas.

A maior parte dos estudos brasileiros que avaliavam o apoio social, além dos termos "apoio social", "rede social" e "suporte social", que foram utilizados para a busca, também utilizou outros para se referir a estes conceitos, tais como "rede social de apoio", "rede de apoio social", "rede de suporte social", "rede de apoio social e afetivo", "rede de relações", "suporte familiar", "suporte psicossocial", "suporte social de apoio", "apoio familiar" e "apoio psicológico". Muitos estudos ainda utilizaram descritores que se relacionavam a estes construtos, buscando defini-los, tais como: "relacionamento social", "relações interpessoais", "laços sociais", "participação social" e "empoderamento" ou empowerment. Para fins de exposição, utilizou-se neste artigo o termo apoio social, destacando que este representa genericamente os diversos termos usados nos estudos.

De modo geral, os estudos analisados na presente pesquisa foram unânimes em destacar a importância das relações sociais, da rede social e/ou do apoio social para a saúde física e mental das pessoas, considerando estes aspectos como fatores protetivos e promotores de saúde, auxiliando no enfrentamento de situações específicas como doenças crônicas ou agudas, estresse, crise desenvolvimental e vulnerabilidade social ou física. Vários desses estudos exploraram as hipóteses sobre como o apoio social atuaria na saúde das pessoas, destacando as teorias do efeito buffer22 e do efeito principal5. A teoria do efeito buffer defende a ideia de que o apoio modera o impacto de eventos estressantes, enquanto a teoria do efeito principal considera que o apoio exerce efeitos diretos e indiretos sobre a saúde dos indivíduos, reforçando o senso de controle sobre a própria vida.

Os estudos que abordavam a avaliação de apoio social relataram diferentes instrumentos e técnicas para avaliar esse conceito, sendo que muitos deles apresentavam mais de um modo de avaliá-lo num mesmo estudo. Desta forma, 51% (30) dos estudos brasileiros utilizaram entrevistas para avaliar o apoio social, 34% (20) fizeram uso de escalas ou inventários, 17% (10) realizaram observações e 10% (6) aplicaram questionários. Além disso, quatro estudos (7%) avaliaram o apoio social utilizando a construção de mapa das relações (7%) e três empregaram grupos focais (5%). Quanto às dimensões do apoio social que foram avaliadas nos estudos, estas foram classificadas em quatro formas distintas com base em Barrera10: apoio recebido (o que a pessoa atualmente relata estar recebendo ou já ter recebido), apoio percebido (apoio que a pessoa acredita estar disponível se precisar) e rede social (a integração do indivíduo a um grupo e as inter-relações entre eles). Para fins de análise, no presente estudo foi incluída a categoria denominada "provedor"7 para contemplar aqueles estudos que avaliaram a perspectiva do provedor do apoio social sobre a situação de auxílio e sobre a relação com o recebedor.

A Tabela 2 apresenta a porcentagem e as frequências de cada um dos instrumentos e/ou técnicas utilizadas e as dimensões de apoio social que foram avaliadas. Como pode ser visto, a maior parte dos estudos avaliou o apoio recebido (39%) ou o apoio percebido (36%), enquanto um número menor enfocou a rede social (23%) e ainda um número reduzido avaliou a perspectiva do provedor (3%). A tabela mostra ainda que as entrevistas, as escalas e os inventários buscaram avaliar, em sua maioria, as dimensões de apoio recebido e apoio percebido. Poucos estudos usaram a construção de mapas de relações e o grupo focal como instrumentos de avaliação, independentemente da dimensão do apoio social investigada.

Para fins de maior detalhamento e clareza, são relacionadas as características das dez escalas e/ou inventários utilizados por vinte estudos brasileiros e, a seguir, apresenta-se, de modo conjunto, os resultados relativos aos outros tipos de instrumentos. A Tabela 3 mostra a lista de escalas ou inventários e a descrição de suas características. Como pode ser visto, a grande maioria usou a "Escala de Apoio Social do Estudo Pró-Saúde" (45%), seguida pelo "Questionário de Apoio Social de Saranson" (15%), pela "Escala de Suporte Social para Pessoas Vivendo com HIV/Aids" (10%), e pela "Medida de rede social do Estudo Pró-Saúde" (10%). Os demais estudos se distribuíram entre várias escalas com apenas uma ocorrência de utilização, tais como "WHOQOL-100", "Escala de Apoio Social Bille-Brahe", "Escala de Percepção de Suporte Social", "Questionário de Apoio Social de Norbeck", "Escala de Suporte Social de Krause e Markides" e a "Escala de Suporte Social e Estresse na Infância e Adolescência do Davis Longitudinal Study on Aging". É importante assinalar que alguns autores apresentam detalhes sobre fidedignidade e validade dos instrumentos originais e das adaptações realizadas para o Brasil, enquanto outros não trazem qualquer informação ou trazem apenas informações parciais. A maioria desses instrumentos foi apenas traduzida e adaptada ao português, enquanto alguns trazem relatos breves de estudos que não avalizam sua qualidade para utilização na população brasileira. Nesse sentido, é necessária a realização de estudos sistemáticos que estabeleçam a fidedignidade e a validade desses instrumentos (i.e., conteúdo, critério e construto), assim como normatização e padronização para que esses instrumentos possam ser considerados adequados para uso no Brasil. A realização de vários estudos que demonstrem evidências psicométricas de validade de um instrumento contribui para o seu aprimoramento e a demonstração de sua legitimidade23-25.

A Tabela 4 descreve outros tipos de instrumentos de avaliação de apoio social nos estudos brasileiros revisados, tais como entrevistas, questionários, observação participante, grupo focal e mapa. As questões que norteavam esses instrumentos tinham como objetivo apreender percepções e opiniões a respeito da rede social, do apoio social recebido e/ou da satisfação com ele. Em sua maioria, utilizaram análise de conteúdo qualitativa para levantar esses aspectos; em alguns deles também foi usada a análise quantitativa. Os participantes eram questionados sobre como se davam as suas relações interpessoais, e cada estudo enfocava aspectos específicos relacionados ao objeto de sua investigação (por exemplo: na situação de uma doença crônica). Esses estudos também apresentaram grande heterogeneidade no que diz respeito a existência, origem, quantidade, intensidade, direcionalidade e/ou reciprocidade do apoio social. Em particular, os estudos que avaliaram o apoio social através de um instrumento gráfico, em formato de mapa, buscaram identificar a estrutura e a funcionalidade das redes de apoio, o universo de relacionamentos interpessoais e conhecer a composição e as funções de cada um dos membros envolvidos. Em relação à predominância do uso de entrevistas, é possível pensar que esse tipo de material de investigação compensa a carência de instrumentos padronizados para a realidade brasileira que incluam as várias dimensões do apoio social e contemplem as dificuldades de populações com baixa escolaridade e com problemas para compreender e responder adequadamente a instrumentos de medida mais objetivos.

A Tabela 5 apresenta uma classificação da definição conceitual sobre apoio social utilizada nos estudos revisados. Buscou-se examinar a congruência entre a concepção conceitual e a forma de avaliação implementada pelos autores. Foi possível identificar uma definição conceitual clara em 32 dos estudos revisados. Estes estudos enfocaram um conceito específico, buscando defini-lo teoricamente, situando o apoio social neste contexto e, em alguns casos, justificando a escolha do instrumento de avaliação. Para fins de clareza, optou-se por utilizar, na descrição desses achados, somente os termos apoio social, rede social e relações sociais com vistas a contemplar as diferentes perspectivas teóricas apontadas pela revisão da literatura. A escolha destes termos se deve ao fato de serem os mais comumente utilizados pelos autores. Nestes estudos, foram constatadas as três tendências de definição teórica do conceito de apoio social descritas na introdução do presente texto: aquela que considera as relações sociais como elemento central, a que privilegia o apoio social e, por fim, a concepção que enfoca a rede social como conceito principal. Contudo, devido à diversidade de abordagens teóricas dos estudos, não foi possível classificá-los apenas nessas três tendências, como se pode observar na Tabela 5. Os demais 27 estudos, independentemente do conceito principal utilizado (i.e., relações sociais, rede social ou apoio social), consideraram o apoio social apenas quanto ao seu impacto positivo para a saúde de um grupo específico de pessoas, sem aprofundar sua definição conceitual e a adequação do instrumento aplicado para mensurá-lo.

Assim, seis estudos descreveram as relações sociais como o principal construto sob investigação, indicando uma clara hierarquia conceitual em que o apoio social representaria a dimensão funcional, enquanto a rede social representaria a dimensão estrutural dessas relações. Quatro desses estudos incluíam avaliações de aspectos tanto de rede (por exemplo: número de pessoas, frequência de contato, grau de proximidade e tipo de relacionamento) quanto de apoio social (tais como satisfação com o apoio) e/ou forma de apoio (instrumental, emocional, informativo). Já os dois estudos restantes avaliavam somente aspectos do apoio recebido. Apesar de considerarem as relações sociais na compreensão da influência do apoio social na saúde, outros sete estudos priorizaram a avaliação de aspectos funcionais do auxílio recebido e/ou da percepção do apoio. Da mesma forma, mesmo reconhecendo as relações sociais como conceito base, um estudo destacou a rede social, investigando elementos estruturais através do instrumento escolhido.

A Tabela 5 mostra ainda a definição do construto de rede social feita por dez estudos, indicando o apoio social como a faceta funcional das redes, ou seja, uma dimensão intrinsecamente relacionada à rede social, sem referência ao conceito de relações sociais ou a outro pressuposto similar. Todos esses estudos buscaram avaliar aspectos da estrutura da rede social do indivíduo e sua integração nessa rede, tendo cinco deles também incluído medidas do apoio recebido ou do apoio percebido. Ainda em oito estudos o apoio social foi considerado o construto principal sob investigação, sem referência a outros conceitos e/ou à relação entre eles. Quanto aos elementos do apoio avaliados, esses estudos classificaram duas subcategorias. Na primeira, foram encontrados seis estudos que centraram seu interesse no apoio social, definindo e avaliando, em termos operacionais, as suas funções (dentre outras, auxílio material/instrumental, emocional/afetivo, informativo e satisfação com o apoio). Nesta categoria, um estudo avaliou, além do apoio recebido, a proximidade com os provedores do apoio, elemento característico da integração da pessoa à rede social. Por fim, dois estudos incluíram, em suas definições e técnicas de avaliação, tanto aspectos funcionais quanto estruturais do apoio social, conforme foram especificados anteriormente. No entanto, ambos os estudos não descreveram qualquer forma de avaliação de aspectos estruturais, detendo-se apenas na mensuração do apoio recebido e/ou percebido.

Como se pôde constatar, na maior parte dos 32 estudos em que foi possível identificar uma elaboração conceitual que envolvia o apoio social verificou-se adequação entre os aspectos teóricos desenvolvidos e os elementos avaliados pelos instrumentos escolhidos. Um dos estudos ainda incluiu medidas adicionais não contempladas pela base conceitual trabalhada26. No entanto, em outros casos, constatou-se a falta de medidas específicas relacionadas ao modelo conceitual adotado27-29. É importante destacar também que nenhum dos estudos que contemplaram uma das facetas do conceito como central avaliou a perspectiva do provedor do apoio.

Considerações finais

Os resultados do presente estudo apontam um crescimento recente no número de estudos brasileiros que avaliam o apoio social, abarcando diversas áreas de aplicação, em especial em situações de doença, crise desenvolvimental e vulnerabilidade física e/ou social. Isto demonstra a importância do apoio social nesses contextos, revelando-se prioritário para promoção à saúde. Contudo, as análises também demonstraram a escassez de instrumentos fidedignos, válidos e padronizados para a realidade brasileira.

Este estudo indicou, além disso, que os aspectos conceituais do apoio social ainda precisam ser mais bem elucidados, haja vista a proliferação de termos relacionados e a presença de mais de uma definição para um mesmo conceito. Os diversos termos e tendências teóricas utilizadas na definição operacional do conceito algumas vezes não são congruentes com o instrumento de avaliação utilizado. Enfatiza-se ainda que aproximadamente a metade dos estudos revisados não apresentava a base conceitual do apoio social, tampouco referências quanto às implicações disto para a avaliação que estava sendo proposta. Esses problemas são especialmente importantes no que diz respeito ao uso de instrumentos padronizados, tendo em vista que a ausência de definição conceitual mais precisa implica uma baixa validade das medidas utilizadas. Desse modo, sugere-se que, na realização de estudos de fidedignidade e validade desses instrumentos para a realidade brasileira, os pesquisadores atentem para os aspectos teóricos do conceito, especialmente considerando a complexidade e a dinâmica envolvida nas relações sociais em que o apoio social se dá.

Nesse sentido, é importante que o instrumento utilizado corresponda aos objetivos preconizados pelo estudo. Antunes e Fontaine30 defendem a ideia de que para cada tipo de investigação é necessário levar em conta o alcance dos instrumentos para avaliar o apoio social. Por exemplo, em um estudo epidemiológico, elas recomendam que os instrumentos de avaliação enfoquem a amplitude dos recursos de apoio social ou as percepções gerais sobre ele. Já estudos sobre fatores de estresse poderiam usar instrumentos que especificam o tipo de apoio percebido ou recebido (emocional, instrumental ou informativo) e as fontes desses recursos.

Por fim, as autoras destacam que, em situações de avaliação clínica, os instrumentos deveriam verificar a existência ou não de uma orientação negativa do paciente ante a busca e o fato de receber o apoio, bem como sobre a presença de uma rede de apoio. Nesses casos, pode-se recorrer principalmente à entrevista ou ao questionário, focalizados nos aspectos específicos do apoio social avaliados antes, durante e depois da intervenção.

Quanto aos resultados do presente estudo, é preciso considerar também suas limitações. Em alguns estudos, os elementos teóricos e a descrição dos instrumentos não foram suficientemente explorados pelos autores, o que impediu uma análise mais acurada destes aspectos. Em outros casos, as análises foram dificultadas em razão da utilização de vários termos, de forma intercambiável, para se referir a conceitos muitas vezes semelhantes.

De modo geral, este estudo demonstrou a importância crescente do apoio social na literatura, evidenciando, no entanto, a necessidade de articulação entre aspectos teóricos e as técnicas de avaliação do apoio social, assim como dos conceitos a ele relacionados. Isso permitiria a construção de um modelo de avaliação mais eficiente e adaptado ao contexto em investigação. Considerando a diversidade de áreas de aplicação, sugere-se a realização de pesquisas que apresentem fundamentação teórica apropriada e específica à elaboração de instrumentos padronizados brasileiros que avaliem o apoio social tanto em situações gerais como específicas, incluindo as diferentes dimensões do construto. Enfim, espera-se que este estudo contribua para a implementação de avanços teóricos e de métodos de investigação que auxiliem na compreensão de como o apoio social atua na vida das pessoas, assim como no planejamento de intervenções visando à promoção de saúde e qualidade de vida.

Colaboradores

TR Gonçalves, J Pawlowski, DR Bandeira e CA Piccinini participaram igualmente de todas as etapas da elaboração do artigo.

Artigo apresentado em 18/11/2008

Aprovado em 15/07/2009

Versão final apresentada em 21/07/2009

  • 1. Agneessens F, Waege H, Lievens J. Diversity in social support by role relations: a typology. Soc Networks 2006; 28:427-441.
  • 2. Callaghan P, Morrissey J. Social support and health: a review. J Advan Nurs 1993; 18:203-210.
  • 3. Haber MG, Cohen JL, Lucas T, Baltes BB. The relationship between received and perceived social support: a meta-analytic review. Am J Community Psychol 2007; 39:133-144.
  • 4. Umberson D, Chen MCD, House JS, Hopkins K, Slaten E. The effect of social relationships on psychological well-being: are men and women really so different? Am Sociol Rev 1996; 61:837-857.
  • 5. Thoits PA. Stress, coping, and social support processes: where are we? What next? J Health Soc Behav 1995; 35(Suppl.1):53-79.
  • 6. Lazarus RS, Folkman S. Stress, appraisal and coping New York: Springer; 1984.
  • 7. Hupcey JE. Clarifying the social support theory-research linkage. J Advan Nurs 1998; 27:1231-1241.
  • 8. Langford CP, Bowsher J, Maloney JP, Lillis PP. Social support: a conceptual analysis. J Advan Nurs 1997; 25:95-100.
  • 9. Valla VV. Educação popular, saúde comunitária e apoio social numa conjuntura de globalização. Cad Saude Publica 1999; 15(Suppl.2):7-14.
  • 10. Barrera MJ. Distinctions between social support concepts, measure, and models. Am J Community Psychol 1986; 14:413-445.
  • 11. Due P, Holstein B, Lund R, Modvig J, Avlund K. Social relations: network, support and relational strain. Soc Sci Med 1999; 48:661-673.
  • 12. Hutchison C. Social support: factors to consider when designing studies that measure social support. J Advan Nurs 1999; 29:1520-1526.
  • 13. King G, Willoughby C, Specht JA, Brown E. Social support processes and the adaptation of individuals with chronic disease. Qual Health Resear 2006; 16:902-925.
  • 14. Andrade GR, Vaitsman J. Apoio social e redes: conectando solidariedade e saúde. Cien Saude Colet 2002; 7:925-934.
  • 15. Sluzki CE. A rede social na prática sistêmica: alternativas terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo; 1997.
  • 16. Rees T, Hardy L, Evans L. Construct validity of the social support survey in sport. Psychol Sport Exerc 2007; 8:355-368.
  • 17. Cartana MH. Rede e suporte social de famílias [dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 1988.
  • 18. Domingues MA. Mapa mínimo de relações: adaptação de um instrumento gráfico para configuração da rede de suporte social do idoso [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo; 2000.
  • 19. Domingues MA. Mapa mínimo de relações: instrumento gráfico para identificar a rede de suporte social do idoso [tese]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo; 2004.
  • 20. Rosa TE. Determinantes do estado nutricional de idosos do município de São Paulo: fatores socioeconômicos, redes de apoio social e estilo de vida [tese]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo; 2005.
  • 21. Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 1977.
  • 22. Griep RH. Confiabilidade e validade de instrumentos de medida de rede social e de apoio social utilizados no estudo pró-saúde [tese]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz; 2003.
  • 23. American Educational Research Association, American Psychological Association, National Council on Measurement in Education. Standards for educational and psychological testing. Washington, DC: AERA; 1999.
  • 24. Pasquali L. Instrumentos psicológicos: manual prático de elaboração. Brasília: LabPAM/ Ibapp; 1999.
  • 25. Urbina S. Essentials of psychological testing. New Jersey: John Wiley & Sons; 2004.
  • 26. Cupertino APFB, Oliveira BHD, Guedes DV, Coelho ER, Milano RS, Rubac JS, Sarkis SH. Estresse e suporte social na infância e adolescência relacionados com sintomas depressivos em idosos. Psicol Reflex Crit 2006; 19:371-378.
  • 27. Baptista MN, Baptista AS, Torres EC. Associação entre suporte social, depressão e ansiedade em gestantes. Psic Rev Vetor Ed 2006; 7:39-48.
  • 28. Pinto JL, Garcia AC, Bocchi SC, Carvalhães MA. Características do apoio social oferecido a idosos de área rural assistida pelo PSF. Cien Saude Colet 2006; 11:753-764.
  • 29. Seidl EM, Tróccoli BT. Desenvolvimento de escala para avaliação do suporte social em HIV/Aids. Psicol Teor Pesqui 2006; 22:317-326.
  • 30. Antunes C, Fontaine AM. Percepção de apoio social na adolescência: análise fatorial confirmatória da escala Social Support Appraisals. Paidéia 2005; 15:355-366.
  • 31. Sherbourne CD, Stewart AL. The MOS social support survey. Soc Sci Med 1991; 32:705-714.
  • 32. Chor D, Griep RH, Lopes CS, Faerstein E. Medidas de rede e apoio social no Estudo Pró-Saúde: pré-testes e estudo piloto. Cad Saude Publica 2001; 17:887-896.
  • 33. Griep RH, Chor D, Faerstein E, Werneck GL, Lopes CS. Validade de construto de escala de apoio social do Medical Outcomes Study adaptada para o português no Estudo Pró-Saúde. Cad Saude Publica 2005; 21:703-714.
  • 34. Faerstein E, Lopes CS, Valente K, Plá MAS, Ferreira MB. Pré-testes de um questionário multidimensional autopreenchível: a experiência do Estudo Pró-Saúde. PHYSIS - Rev Saude Coletiva 1999; 9:117-130.
  • 35. Griep RH, Chor D, Faerstein E, Lopes C. Apoio social: confiabilidade teste-reteste de escala no Estudo Pró-Saúde. Cad Saude Publica 2003; 19:625-634.
  • 36. Andrade CR, Chor D, Faerstein E, Griep RH, Lopes CS, Fonseca MJ. Apoio social e auto-exame das mamas no Estudo Pró-Saúde. Cad Saude Publica 2005; 21:379-386.
  • 37. Costa AG, Ludermir AB. Transtornos mentais comuns e apoio social: estudo em comunidade rural da Zona da Mata de Pernambuco, Brasil. Cad Saude Publica 2005; 21:73-79.
  • 38. Silva KS, Coutinho ES. Escala de apoio social aplicada a uma população de gestantes: confiabilidade teste-reteste e estrutura de concordância dos itens. Cad Saude Publica 2005; 21:979-983.
  • 39. Souza ER, Franco LG, Meireles CC, Ferreira VT, Santos NC. Sofrimento psíquico entre policiais civis: uma análise sob a ótica de gênero. Cad Saude Publica 2007; 23:105-114.
  • 40. Renwick R, Halpen T, Rudman D, Friedland J. Description and validation of a measure of received support specific to HIV. Psychol Reports 1999; 84:663-673.
  • 41. Moraes TP, Dantas RA. Evaluation of social support among surgical cardiac patients: support for nursing care planning. Rev Latinoam Enferm 2007; 15:323-329.
  • 42. Seidl EM, Zannon C, Tróccoli BT. Pessoas vivendo com HIV/Aids: enfrentamento, suporte social e qualidade de vida. Psicol Reflex Crit 2005; 18:188-195.
  • 43. World Health Organization (WHO). The WHOQOL group. The World Health Organization quality of life assessment: position paper from the World Health Organization, 1995. Soc Sci Med 1995; 41:1403-1409.
  • 44. Fleck MPA, Leal OF, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L, Pinzon V. Desenvolvimento da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Rev Bras Psiquiatr 1999; 21:19-28.
  • 45. Fleck MPA, Leal OF, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L, Pinzon V. Aplicação da versão em português do instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100). Rev Saude Publica 1999; 33:198-205.
  • 46. Moraes JF, Souza VB. Factors associated with the successful aging of the socially-active elderly in the metropolitan region of Porto Alegre. Rev Bras Psiquiatr 2005; 27:302-308.
  • 47. Sarason IG, Levine HM, Basham RB, Saranson BR. Assessing social support: the Social Support Questionnaire. J Personal Soc Psychol 1983; 44(1):127-139.
  • 48. Matsukura TS, Marturano EM, Oishi J. O Questionário de Suporte Social (SSQ): estudos da adaptação para o português. Rev Latinoam Enferm 2002; 10:675-681.
  • 49. Gaspari VP, Botega NJ. Rede de apoio social e tentativa de suicídio. J Bras Psiquiatr 2002; 51:233-240.
  • 50. Rudnicki T. Preditores de qualidade de vida em pacientes renais crônicos. Estudos de Psicologia (Campinas) 2007; 24:343-351.
  • 51. Norbeck JS, Lindsey AM, Carrieri VL. The development of an instrument to measure social support. Nurs Research 1981; 30(5):264-269.
  • 52. Andriola WB, Troccoli BT, Dias MR. Caracterização do apoio social em estudantes universitários brasileiros. Rev Psicol 1990; 7/8:61-78.
  • 53. Ribeiro JLP. Escala de Satisfação com o Suporte Social (ESSS). Análise Psicológica 1999; 3:547-558.
  • 54. Berkman LF, Syme SL. Social networks, host resistance, and mortality: a nine-year follow-up study of Alameda County residents. Am J Epidemiol 1979; 109:186-204.
  • 55. Griep RH, Chor D, Faerstein E, Lopes C. Confiabilidade teste-reteste de aspectos da rede social no Estudo Pró-Saúde. Rev Saude Publica 2003; 37:379-385.
  • 56. Krause N, Markides K. Measuring social support among older adults. Int J Aging Hum Develop 1990; 30(1):37-53.
  • 57. Lovisi GM, Morgado AF. Suporte social e distúrbios psiquiátricos em mulheres infectadas pelo HIV. J Bras Psiquitr 1996; 45:593-599.
  • 58. Aldwin CM, Sutton KJ, Chiara G, Spiro A. Age differences in stress, coping, and appraisal: findings from the normative aging study. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci 1996; 51b(8):117-188.
  • 59. Cupertino AP. Tradução da escala do inglês para o português: estudo dos processos de envelhecimento saudável [resumo]. Juiz de Fora (MG): Editora da Universidade Federal de Juiz de Fora; 2001.
  • 60. Kerkhof AJ, Bernasco W, Bille-Brahe U, Platt S, Schmidtke A. European Parasuicide Study Interview Schedule (EPSIS I) - Version 5.1. In: Bille-Brahe U, Bjerke T, Crepet P, De Leo D, Haring C, Hawton K, Kerkhof A, Lönnqvist J, Michel K, Philippe A, Pommereau X, Querejeta I, Salander-Renberg E, Schmidtke A, Temesvary B, Wasserman D, Sampaio Faria J, editors. WHO/EURO Multicentre Study on Parasuicide Facts and figures. Copenhagen: World Health Organization Regional Office for Europe; 1993. p. 53-118.
  • 61. Buarque V, Lima MC, Scott RP, Vasconcelos MG. The influence of support groups on the family of risk newborns and on neonatal unit workers. J Pediatr (Rio J) 2006; 82:295-301.
  • 62. Landim FL, Comaru JL, Mesquita RB, Collares PM. Redes sociais informais no cotidiano de uma comunidade da periferia de Fortaleza. Cogitare Enferm 2006; 11:16-23.
  • 63. Nasi C, Hildebrandi L. O tratamento no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas na ótica de seus usuários. Scientia Medica 2004; 14:240-248.
  • 64. Oliveira MI, Camacho LA, Souza IE. Promoção, proteção e apoio à amamentação na Atenção Primária à Saúde no Estado do Rio de Janeiro, Brasil: uma política de saúde pública baseada em evidência. Cad Saude Publica 2005; 21:1901-1910.
  • 65. Barbosa RC, Ximenes LB, Pinheiro AK. Mulher mastectomizada: desempenho de papéis e redes sociais de apoio. Acta Paul Enferm 2004; 17:18-24.
  • 66. Barros DO, Lopes RL. Mulheres com câncer invasivo do colo uterino: suporte familiar como auxílio. Rev Bras Enferm 2007; 60:295-298.
  • 67. Biffi RG. O suporte social do parceiro sexual na reabilitação da mulher com câncer de mama: a perspectiva do casal [dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 1997.
  • 68. Cerqueira RF. O discurso produzindo sentido: compreendendo o sofrimento psíquico através da religiosidade [dissertação]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz; 2003.
  • 69. Dessen MA, Braz MP. Rede social de apoio durante transições familiares decorrentes do nascimento de filhos. Psicol Teor Pesqu 2000; 16:221-231.
  • 70. Esteves JR, Menandro PR. Trajetórias de vida: repercussões da maternidade adolescente na biografia de mulheres que viveram tal experiência. Estud Psicol (Natal) 2005; 10:363-370.
  • 71. Fávero MH, Mello RM. Adolescência, maternidade e vida escolar: a difícil conciliação de papéis. Psicol Teor Pesqu 1997; 13:131-136.
  • 72. Giovanetti RM. Saúde e apoio no trabalho: estudo de caso de professores da educação básica pública [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo; 2006.
  • 73. Monteiro S, Cecchetto F. Trayectorias juveniles e intervenciones sociales: repercusiones en las prácticas sociales y en la salud (Rio de Janeiro, Brasil). Cad Saude Publica 2006; 22:193-200.
  • 74. Piccinini CA, Rapoport A, Levandowski DC, Voigt PR. Apoio social percebido por mães adolescentes e adultas: da gestação ao terceiro mês de vida do bebê. Psico (Porto Alegre) 2002; 33:9-35.
  • 75. Pietrukowicz MC. Apoio social e religião: uma forma de enfrentamento dos problemas de saúde [dissertação]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz; 2001.
  • 76. Rodrigues DP, Melo EM, Silva RM, Mamede MV. O suporte social para atender às necessidades de mulheres mastectomizadas. Rev Bras Cancerol 1998; 44:231-238.
  • 77. Santana JP, Doninelli TM, Frosi RV, Koller SH. Os adolescentes em situação de rua e as instituições de atendimento: utilizações e reconhecimento de objetivos. Psicol Reflex Crit 2005; 18:134-142.
  • 78. Simionato MAW, Marcon SS. A construção de sentidos no cotidiano de universitários com deficiência: as dimensões da rede social e do cuidado mental. Psicologia para América Latina 2006; 7. [acessado 2009 jul]. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1870-350X2006000300003&script= sci_arttext
  • 79. Soares SR, Toyoko S. The Psychosocial Care Center on the users point of view. Rev Latinoam Enferm 2006; 14:923-929.
  • 80. Teixeira MB. Empoderamento de idosos em grupos direcionados à promoção da saúde [dissertação]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz; 2002.
  • 81. Vieira NF, Sherlock MS. O (des)velamento do cotidiano do indivíduo soropositivo: convivências e resistências. DST J Bras Doenças Sex Transm 1997; 9:4-7.
  • 82. Guedea MT, Albuquerque FJ, Tróccoli BT, Noriega JA, Seabra MA, Guedea RL. Relação do bem-estar subjetivo, estratégias de enfrentamento e apoio social em idosos. Psicol Reflex Crit 2006; 19:301-308.
  • 83. Santos AL, Rosenburg CP, Buralli KO. Histórias de perdas fetais contadas por mulheres: estudo de análise qualitativa. Rev Saude Publica 2004; 38:268-276.
  • 84. Silva AL, Shimizu HE. A relevância da rede de apoio ao estomizado. Rev Bras Enferm 2007; 60:307-311.
  • 85.Almeida AM, Trindade RF, Gomes FA, Nielsen L. Maternidade na adolescência: um desafio a ser enfrentado. Rev Bras Enferm 2003; 56:519-522.
  • 86.Azevedo MC, Gazetta ML, Salimene AC. Envelhecimento e participação social. Acta Fisiátrica 2003; 10:102-106.
  • 87. Bruschi A, Paula CS, Bordin IA. Prevalência e procura de ajuda na violência conjugal física ao longo da vida. Rev Saude Publica 2006; 40:256-264.
  • 88. Carvalho AM, Capparelli AB, Gorayeb R. Análise das verbalizações de profissionais em grupos de apoio psicológico a pais de crianças com câncer. J Pediatr (Rio J) 1991; 67:126-129.
  • 89. Santos-Oliveira NG, Rabinovich EP. Estudo comparativo da amamentação em casas e em creche paulistanas e no interior do Piauí. Rev Bras Cresc Desenv Humano 1999; 9:20-26.
  • 90. Resende MC, Bones VM, Souza IS, Guimarães NK. Rede de relações sociais e satisfação com a vida de adultos e idosos. Psicologia para América Latina 2006; 5. [acessado 2009 jul.]. Disponível em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S1870-350X2006000100015&lng=pt&nrm=iso
  • 91. Silberman C, Souza C, Wilhems F, Kipper L, Wu V, Diogo C, Schmitz M, Stein A, Chaves M. Cognitive deficit and depressive symptoms in a community group of elderly people: a preliminary study. Rev Saude Publica 1995; 29:444-450.
  • 92. Oliver FC, Tissi MC, Aoki M, Vargem EF, Ferreira TG. Participação e exercício de direitos de pessoas com deficiência: análise de um grupo de convivência em uma experiência comunitária. Interface: Comunicação, Saúde, Educação 2004; 8:275-288.
  • 93. Sluzki CA. A rede social na prática sistêmica: alternativas terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo; 1997.
  • 94. Samuelsson M, Thernlund G, Ringström J. Using the five map to describe the social network of children: a methodological study. Int J Behav Development 1996; 19:327-345.
  • 95. Hoppe M. Redes de apoio social e afetivo de crianças em situação de risco [dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 1998.
  • 96. Poletto RC, Koller SH. Rede de apoio social e afetivo de crianças em situação de pobreza. Psico (Porto Alegre) 2002; 33:151-175.
  • 97. Kahn RL, Antonucci TC. Convoys over the life-course: attachment, roles and social support. In: Baltes PB, Brim OG, editors. Life span development and behaviour. New York: Academic Press; 1980. p. 253-286.
  • Avaliação de apoio social em estudos brasileiros: aspectos conceituais e instrumentos

    Social support assessment in Brazilian studies: conceptual aspects and measures
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      15 Abr 2011
    • Data do Fascículo
      Mar 2011

    Histórico

    • Recebido
      18 Nov 2008
    • Aceito
      15 Jul 2009
    ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva Av. Brasil, 4036 - sala 700 Manguinhos, 21040-361 Rio de Janeiro RJ - Brazil, Tel.: +55 21 3882-9153 / 3882-9151 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
    E-mail: cienciasaudecoletiva@fiocruz.br