Resumo
O estudo evidencia discursos produzidos por mulheres mães e por profissionais do Programa Rede Cegonha do Ministério da Saúde do Brasil na relação entre corpo, mulher e políticas públicas de saúde sobre parto e nascimento. Para tanto, foram realizadas 17 entrevistas semiestruturadas, categorizadas em Programa Rede Cegonha, corpo e mulher; e submetidas à análise de discurso foucaultiana, processos de subjetivação (resistência e sujeitamento) e biopolítica. Os dados demonstraram: i) relevância de programa público para esse fim; ii) centralidade ao corpo gravídico e desafio histórico em compreender a mulher mãe para além da reprodução; iii) ideia de corpos defeituosos e resistência daqueles que sabem parir; e iv) possibilidades de autogoverno das mulheres mães e, consequente, produção de si a partir das vivências relatadas. Destacamos a importância de estudos na área que enfatizem os corpos das mulheres mães como produtores das suas existências, fortalecendo seus processos de autogoverno.
Palavras-chave:
Serviços de Saúde Materno-Infantil; Parto; Corpo Humano; Mulheres; Autonomia Pessoal