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Predominância da tecnologia médico-clínica sobre ações de atenção psicossocial em serviços extra-hospitalares de saúde mental

O objetivo deste trabalho foi avaliar de que forma aspectos da política de saúde mental brasileira têm sido construídos e efetivados em serviços extra-hospitalares, como o Ambulatório Regional de Saúde Mental e o Centro de Atenção Psicossocial II, ambos de Ribeirão Preto, São Paulo. Entrevistas semidiretivas e grupos focais foram realizados com 22 profissionais da saúde. O método teórico e a análise dos dados apoiaram-se no referencial hermenêutico dialético de Jürgen Habermas. Observou-se alta tecnificação das ações de saúde, centralidade da tecnologia médico-clínica em relação a outras ações terapêuticas não médicas, priorização de formas de tratamento com ênfase na patologia e na terapêutica medicamentosa e um processo de precarização das relações de trabalho. Com relação à reabilitação psicossocial, foi observado que o tratamento instrumental e tecnificado se impõe à racionalidade prática e dialógica preconizada pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. Como alternativa, é necessária a realização de pesquisa avaliativa participativa com objetivo de unir ações clínicas e de reabilitação psicossocial em projetos terapêuticos e de criar mecanismos que favoreçam a melhoria da assistência prestada com base no modo de atenção psicossocial.

Saúde mental; Serviços extra-hospitalares de saúde mental; Atenção psicossocial; Reabilitação psicossocial


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