Resumo
No contexto do trabalho hospitalar durante a COVID-19, é preciso reconhecer que as atividades de apoio exercidas por maqueiros, agentes de limpeza e auxiliares administrativos são imprescindíveis para o processo de trabalho. Este artigo analisou resultados de uma etapa exploratória de uma pesquisa ampla com esses trabalhadores dentro de uma unidade hospitalar referência para COVID-19 no estado da Bahia. Foram selecionadas três entrevistas semiestruturadas produzidas a partir da perspectiva do “fazer falar” sobre o trabalho, utilizando pressupostos da etnometodologia e da ergonomia. A análise incidiu sobre as atividades de trabalho de um maqueiro, um agente de limpeza e uma auxiliar administrativa, problematizadas a partir da díade essencialidade-invisibilidade. O estudo demonstrou que esses trabalhadores são invisibilizados pela desvalorização social de suas atividades e nível de escolaridade e resistem apesar das circunstâncias e do sobretrabalho; e evidenciou a essencialidade desses serviços pela interdependência entre o trabalho de apoio e o trabalho assistencial e suas contribuições para a segurança do paciente e da equipe. Conclui-se que é necessário criar estratégias para que esses trabalhadores sejam valorizados social, financeira e institucionalmente.
Palavras-chave:
Saúde do trabalhador; COVID-19; Serviços hospitalares; Mão de obra em saúde; Pessoal de saúde