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Usuários de crack em situação de rua – características de gênero

O aumento do uso de crack tem se constituído em um desafio para a saúde pública no Brasil. Os objetivos deste artigo são identificar como se constituem as relações de gênero no cotidiano dos usuários de crack; e analisar a dinâmica que permeia a construção destas relações que envolvem troca e poder. Estudo qualitativo, descritivo, exploratório, de orientação fenomenológica. Dados coletados com usuários de crack em situação de rua, na comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro. Realizados oito grupos focais (n = 31) e duas entrevistas individuais, entre Junho e Agosto de 2011. Nos grupos, os relatos dos rapazes e moças investigados diferiram quanto ao estabelecimento dos vínculos de afeto; no papel atribuído ao crack como operador na mediação de conflitos; no uso do corpo como moeda de troca/prostituição e na geração e cuidado da prole. Foram observados alguns deslocamentos com relação aos acordos tradicionais e hierárquicos de gênero. O estudo das relações estabelecidas na pesquisa revela que não é possível apontar para algozes ou vítimas. O que surge nas análises é um universo plural e fluido, em permanente construção, com deslizamentos que privilegiam ora as mulheres e ora os homens.

Sem-teto; Crack cocaína; Relações de Gênero


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