Resumo
Diversos estudos indicam que a mortalidade para crianças do sexo masculino é maior do que a do feminino no Brasil. Estudos recentes também têm mostrado uma redução na sobremortalidade infantil masculina nos últimos anos. Entretanto, pouco se sabe sobre quais fatores estão associados a esse fenômeno. Como os bebês do sexo masculino são, em geral, mais frágeis, uma hipótese é de que melhorias no nível de renda e cuidados com a saúde pré e pós-natal tenham um impacto maior na redução da mortalidade infantil masculina. Dessa forma, o objetivo deste artigo foi analisar como esses fatores afetam a mortalidade no Brasil. Para a estimação do modelo, utilizaram-se dados estaduais do Brasil do período de 1996 a 2014. Os resultados indicam que a renda média, o baixo peso ao nascer, o número de consultas de pré-natal e a taxa de fecundidade são importantes fatores associados à mortalidade infantil no país. De modo geral, o impacto dessas variáveis é maior na mortalidade de crianças do sexo masculino, evidenciando que a maior fragilidade dessas crianças exige maior cuidado de pais e autoridades de saúde. Além disso, outros estudos podem analisar a importância do aleitamento materno sobre a mortalidade infantil e gênero no Brasil, de forma a verificar o impacto da amamentação na redução dos óbitos infantis.
Palavras-chave
Mortalidade infantil; Gênero; Sobremortalidade