O estudo descreve as razões de tentativas suicidas em adolescentes, analisando sua repercussão no contexto familiar e social sob o prisma antropológico. Foi utilizada a abordagem qualitativa e a etnografia como método. Os participantes do estudo foram doze adolescentes, admitidos em um hospital de emergência, em Fortaleza, Ceará, Brasil, por tentativa de suicídio por qualquer mecanismo. Realizou-se no período de março a agosto de 2005. Os resultados evidenciaram como razão primaz o amor não correspondido, tendo esse amor conotação afetiva, de namoro, de caso, da primeira entrega; contudo, não foi só nesse sentido que o "amor não correspondido" foi mencionado. Este também foi aludido quanto ao relacionamento familiar, ao carinho, à valorização da pessoa do adolescente. Neste contexto, revelou-se também a inabilidade do profissional de saúde diante desses casos, sendo necessária a ressignificação da práxis. Dessa forma, o suicídio está presente na adolescência e suscita um redirecionamento das práticas de saúde na consolidação dos princípios filosóficos e operacionais do SUS, demandando que a sociedade "abrace" as políticas que valorizam a vida.
Adolescente; Antropologia cultural; Pesquisa qualitativa; Suicídio; Tentativas suicidas