Discutimos a gerontologia em suas pretensões de constituir-se como a ciência do envelhecimento no Brasil. Consideramos o pensamento de Stengers, que defende a idéia de que o desenvolvimento de um conceito e o despertar de interesses em diferentes setores da sociedade, articulados a um projeto político, constituem-se em pilares fundamentais para o estabelecimento de um campo científico. Identificamos limitações conceituais importantes envolvendo a delimitação da velhice e do envelhecimento, bem como problemas referentes a hierarquias entre domínios internos à gerontologia e a outros campos do conhecimento. A despeito dos importantes interesses suscitados quando a velhice está em questão, a gerontologia parece estar num plano muito limitado como parque científico e como massa crítica para a produção de pesquisas de ponta. Parece-nos que o momento atual de elaboração de um projeto político para a gerontologia está situado no espaço da tentativa de incorporação do discurso epistemológico, a partir de uma perspectiva que nos faz pensar na necessidade do aprofundamento da abordagem teórica acerca do conceito que pretende capturar; sob pena de não avançar na constituição de um importante conjunto de pesquisadores brasileiros de ponta, inseridos no cenário internacional da produção de conhecimento sobre o ser que envelhece.
Envelhecimento; Idoso; Gerontologia; Geriatria; Produção científica