Resumo
Atualmente, no Brasil, 1,78% da população é doadora de sangue, um índice abaixo do ideal que, segundo a OMS, deve figurar entre 3% a 5% da população. Mediante este cenário, o presente estudo tem como objetivo geral identificar e analisar os principais fatores críticos do processo de doação de sangue, a partir de uma investigação na cidade de Belo Horizonte, MG, sob a percepção de doadores, potenciais doadores e não doadores de sangue. Foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa, por meio de vinte e quatro entrevistas semiestruturadas. Os resultados encontrados evidenciam a ausência de informações nas diversas etapas do sistema de doação de sangue. Nas etapas de captação e conscientização de doadores, as ações de comunicação transmitem à sociedade informações incompletas sobre o processo de doação, desestimulando ações futuras de doação. Por outro lado, a não valorização da experiência de doação e a construção de valor social associadas ao doador impedem a multiplicação de comportamentos sociais para a doação. Os resultados encontrados, no contexto teórico delineado neste estudo, evidenciam as causas, ou fatores críticos de impedimento à mudança de comportamento, incremental ou radical, propostas pelo marketing social.
Sangue; Marketing social; Triagem multifásica