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A produção do comum como estratégia de cuidado para usuários complexos: uma cartografia com mulheres em situação de rua

Resumo

O presente artigo problematiza a baixa potência das ofertas tradicionais para o cuidado de usuários ditos complexos no campo da saúde. A partir das narrativas de duas usuárias-guia buscou-se mostrar que profissionais, serviços e políticas que desconsideram singularidades envolvidas no cuidado, apoiados em relações assimétricas são, frequentemente, questionados na sua capacidade de produzir ofertas significativas. Duas pesquisas qualitativas de ethos cartográfico buscaram refletir com base em duas usuárias-guia em seus territórios e que no encontro com pesquisadores e profissionais de saúde, estes experimentaram o impacto da desterritorialização de si e de seus conceitos. O processo cartográfico permitiu a produção de um “comum”, ou um modo de operar o trabalho em saúde. Sai de cena a doença como guia, a vulnerabilidade como impotência, para dar lugar à “defesa de uma vida que vale a pena ser vivida” como guia. Vidas possíveis que os usuários engendram, estejam ou não em situação de rua ou qualquer vulnerabilidade.

Palavras-chave:
Cartografia; Comum; Pessoas em situação de rua; Casos complexos; Pesquisa qualitativa

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