Este estudo teve como objetivo investigar a associação entre perda auditiva autorreferida e comprometimento cognitivo em idosos de uma cidade do sul do Brasil. Trata-se de um estudo transversal de coorte de base populacional com idosos. Os dados foram coletados na terceira onda do estudo EpiFloripa Idoso (2017/2019), realizado desde 2009 na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. A variável dependente comprometimento cognitivo foi analisada pelo Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), sendo a principal variável de exposição a perda auditiva (autorreferida), incluída na coorte apenas na última onda. Foram realizadas análises de regressão logística levando em consideração o desenho do estudo e os pesos amostrais. Foram avaliados dados de 1.335 idosos. A prevalência de comprometimento cognitivo foi de 20,5% e de perda auditiva, 10,7%. Idosos com perda auditiva tem 2,66 (IC95%: 1,08-6,54) vezes mais chances de ter comprometimento cognitivo quando comparados a idosos sem perda auditiva. A associação encontrada entre perda auditiva e comprometimento cognitivo é um alerta quanto à necessidade de integrar a identificação precoce desses problemas na atenção primária, pois ambas as dimensões analisadas são fatores de risco para o envelhecimento saudável e potencialmente evitáveis e/ou tratáveis.
Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde; Telemedicina; Custos e Análise de Custo; Sistemas Públicos de Saúde; Serviços Médicos de Emergência