Resumo:
A aplicação da análise espacial destinada ao estudo de dados epidemiológicos humanos se tornou notória nas últimas duas décadas. Nesse sentido, este artigo aborda a estatística scan para a detecção de clusters espaço-temporais de casos da COVID-19 em Santa Catarina, Brasil. O objetivo é aplicar a estatística scan para a identificação de agrupamentos ativos, determinando sua localização, dimensão e ordem (prioridade). A organização da base descritiva abrangeu os casos de COVID-19 entre 1º de março e 31 de agosto de 2020, disponíveis no Portal de Dados Abertos do Estado de Santa Catarina. A base vetorial dos limites municipais e mesorregiões catarinenses, e as populações estimadas para 2020 foram obtidas no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A covariável tendência de mobilidade dos locais de trabalho foi obtida no documento COVID-19: Relatório de Mobilidade da Comunidade do Google. Para a execução da estatística, considerou-se o modelo discreto de Poisson, apoiado na abordagem prospectiva. No resultado do trabalho, evidenciou-se a capacidade do procedimento para delimitação dos clusters, o qual identificou 17 clusters ativos com a variável resposta e 18 ativos após a inclusão da covariável, distribuídos em todo estado, predominantes no litoral e no Oeste Catarinense. O cluster primário localizou-se no Sul Catarinense. A covariável tendência de mobilidade dos locais de trabalho influenciou moderadamente em 38,89% dos aglomerados. O método foi eficiente para a compreensão da distribuição espacial da epidemia. Isso caracteriza a estatística scan como uma ferramenta de apoio a execução de ações a serem tomadas por gestores, priorizando áreas mais afetadas pela doença.
Palavras-chave:
Coronavirus; Geografia Médica; Análise Espaço-Temporal
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A: Oeste Catarinense; B: Norte Catarinense; C: Vale do Itajái; D: Serrana; E: Grande Florianópolis; F: Sul Catarinense; P1: hierarquização do cluster.Fontes: dados COVID-19 (Portal de Dados Abertos do Estado de Santa Catarina. Dados anonimizados: casos confirmados COVID-19. http://www.dados.sc.gov.br/dataset/covid-19-dados-anonimizados-de-casos-confirmados/resource/76d6dfe8-7fe9-45c1-95f4-cab971803d49, acessado em 04/Set/2020); dados vetoriais (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estimativas de população 2020. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9103-estimativas-de-populacao.html?=&t=downloads, acessado em 22/Ago/2020); datum horizontal (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Malha municipal. Downloads: municipio_2019. https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/15774-malhas.html?=&t=downloads, acessado em 22/Ago/2020).
A: Oeste catarinense; B: Norte catarinense; C: Vale do Itajái; D: Serrana; E: Grande Florianópolis; F: Sul catarinense; P1: hierarquização do cluster.Fontes: dados COVID-19 (Portal de Dados Abertos do Estado de Santa Catarina. Dados anonimizados: casos confirmados COVID-19. http://www.dados.sc.gov.br/dataset/covid-19-dados-anonimizados-de-casos-confirmados/resource/76d6dfe8-7fe9-45c1-95f4-cab971803d49, acessado em 04/Set/2020); taxa relativa de comparecimento ao local de trabalho (COVID-19: relatórios de mobilidade da comunidade. https://support.google.com/covid19-mobility/answer/9824897?hl=pt-BR&ref_topic=9822927, acessado em 22/Ago/2020)