Resumo:
O estudo buscou investigar a associação entre exposições ocupacionais e qualidade de vida relacionada à saúde entre trabalhadores informais e formais na Amazônia brasileira. Realizamos um estudo transversal com trabalhadores adultos na Região Metropolitana de Manaus, Amazonas, em 2015. Os participantes foram selecionados por amostragem probabilística em três estágios. O desfecho primário foi a qualidade de vida relacionada à saúde, medida pela versão brasileira validada do instrumento European Quality of Life 5-Dimensions 3-Levels (EQ-5D-3L). Foi realizada a análise multivariada ajustada por regressão de Tobit, considerando o desenho complexo da amostra. Os resultados foram convertidos em razão de chances (OR). Entre os 1.910 indivíduos na amostra que estavam trabalhando, 60,2% eram trabalhadores formais. Os trabalhadores informais foram mais expostos aos riscos ocupacionais (p ≤ 0,05). A média de utilidade para trabalhadores informais e formais foi 0,886 (IC95%: 0,881; 0,890). A qualidade de vida dos trabalhadores informais foi impactada negativamente pela exposição ao ruído (OR = 1,28; IC95%: 1,13; 1,52), estresse ocupacional (OR = 1,95; IC95%: 1,65; 2,21) e poeiras industriais (OR = 1,46; IC95%: 1,28; 1,72), enquanto trabalhadores formais mostraram uma associação negativa com exposição a substâncias químicas (OR = 1,58; IC95%: 1,28; 1,87), ruído (OR = 1,40; IC95%: 1,23; 1,65), luz solar (OR = 1,65; IC95%: 1,09; 1,40), estresse ocupacional (OR = 1,65; IC95%: 1,46; 1,87), material biológico (OR = 2,61; IC95%: 1,72; 3,97) e poeiras industriais (OR = 1,46; IC95%: 1,28; 1,65). A exposição a riscos ocupacionais entre trabalhadores na Região Metropolitana de Manaus é alta, afetando trabalhadores informais e formais. Políticas brasileiras devem ser implementadas para reduzir os impactos sobre a qualidade de vida dos trabalhadores nessa região do país.
Palavras-chave:
Riscos Ocupacionais; Exposição Ocupacional; Saúde do Trabalhador; Qualidade de Vida