Devido ao tamanho absoluto de sua população, o Brasil pode abrigar o maior número absoluto de pessoas soropositivas para HTLV-I/II. A triagem sorológica para o HTLV-I/II, dos candidatos à doação de sangue é obrigatória no país e a rede de hemocentros é responsável pela coleta de aproximadamente 80,0% do sangue doado. Conduzimos estudo transversal para determinar e quantificar a distribuição geográfica das taxas de prevalência para HTLV-I/II resultantes da triagem em candidatos a doadores de sangue, doando em 27 áreas urbanas correspondendo às capitais de cada um dos Estados brasileiros, no período de 1995 a 2000. Neste estudo, o teste de EIA foi utilizado para testar a presença de anticorpos para HTLV-I/II. As taxas de prevalência médias apresentaram grande heterogeneidade geográfica, variando de 0,4/1.000 em Florianópolis, na Região Sul, até uma taxa 25 vezes maior, 10,0/1.000 em São Luís, na Região Nordeste. Em média, as taxas de soropositividade ao EIA são menores nas capitais do Sul do país, tendendo a aumentar em direção ao Nordeste e Norte. As razões para esta heterogeneidade podem ser múltiplas e necessitam de mais estudos.