Uma parcela significativa da população encarcerada no mundo está concentrada nas Américas. Há evidências consistentes de que transtornos mentais são mais prevalentes entre os indivíduos encarcerados em comparação à população em geral. Apesar disso, as necessidades de saúde mental nas prisões são frequentemente negligenciadas. Ademais, nas Américas, a lacuna no tratamento de transtornos mentais permanece substancial. O objetivo deste estudo foi conduzir uma revisão de escopo da literatura científica sobre a prevalência de problemas de saúde mental entre populações encarceradas em países americanos sob uma perspectiva global de saúde mental. A busca foi realizada em bases de dados, como SciELO, Embase, PubMed/MEDLINE, Web of Science, Scopus, PsycINFO e CINAHL (EBSCO), para artigos publicados entre 2013 e 2023 em português, inglês e espanhol. A amostra final foi composta por 42 artigos. Os países da América do Sul foram os mais estudados, seguidos pelos países da América do Norte, enquanto a América Central teve a menor representatividade. Os estudos analisados focaram em: a prevalência de problemas de saúde mental entre as populações encarceradas nas Américas; as ligações entre transtornos mentais, comportamento agressivo e reincidência criminal; mortalidade entre indivíduos encarcerados; e o estigma como barreira ao acesso a serviços de saúde mental. Constatou-se que investir em serviços de saúde mental é essencial para fornecer atendimento adequado aos presos, o que poderia ajudar a reduzir as taxas de encarceramento. No entanto, a superlotação nas prisões em todo o continente representa uma barreira significativa à prestação de tratamentos para a saúde mental.
Palavras-chave:
Saúde Mental; Saúde Global; Transtornos Mentais; Prisões
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Source: prepared by the authors, based on PRISMA statement (2020)